Toda vez que o governo aumenta (?) o salário mínimo repete-se a choradeira: o presidente vai à televisão para dizer que foi o máximo que ele pôde dar; e que foi o máximo que a Previdência pôde suportar. Em seguida, os jornais comentam que o trabalhador pouco poderá fazer com o novo aumento. Poderá, no máximo, adquirir cerca de 20 passagens de ônibus ou comprar, no máximo, 10 quilos de feijão. Para viabilizar o aumento, deputados e senadores teriam feito o máximo que puderam para abrir mão de parte dos recursos que lhes seriam destinados, por conta de emendas de bancadas estaduais e das comissões técnicas da Câmara e do Senado em relação ao Orçamento da União de 2002. Pelo visto, o mínimo que se pode deduzir de tudo isto é que se trata do máximo de cara de pau de nossos representantes e governantes e que, por isso mesmo, até por uma questão de lógica, o salário mínimo deveria passar a ser chamado de salário Máximo.
Domingos Oliveira Medeiros
01 de abril de 2002-03-31