MINHA BIKE
Quanto à magrela vermelho-metálico, já sabem. Consegui, graças à “ajuda” do bondoso, e saudoso, vovô Zezinho. Por muitos anos ela me serviu de diversão e meio de transporte. Até o dia em que, chegando em casa, a encontrei jogada no quintal, toda borrada, mal pintada de... verde-abacate! Sabe aquele tom igualzinho cocô de nenê? Pois é... Até hoje sinto o arrepio que me deu. Vocês podem bem imaginar como chorei e esperneei. Gracinha de algum irmão, acho que desta vez foi do João.
Bem, depois de recuperada, por obra não sei de quem, voltei a usá-la com orgulho. Mas teve outros lances... Às vezes ela sumia do estacionamento lá do clube – um engradado de madeira onde se prendia a bicicleta pelo pneu dianteiro. Como não se usava cadeado naqueles bons tempos, outro querido irmão, mais velho e mais forte do que eu, emprestava minha bike pra um amigo seu. Menina educada, palavrão eu não dizia - mas pensava – enquanto pra casa voltava pisando duro no chão. Lá, abria o berreiro.
E ficava louca da vida, porque ainda por cima, me chamavam de manteiga derretida, muito bobona essa Maria Chorona...
Beatriz Cruz
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