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Contos-->Enquanto Cai a Chuva... -- 23/12/2001 - 04:17 (Edu Arruda Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Enquanto cai a chuva em tardes como esta, fragmentadas gotículas a descer pela janela, caem por terra também muitas de minhas máscaras. É como se nascesse uma outra pessoa que eu próprio desconhecia, distante dos dogmas que aprendi a crer e respeitar mais pelo fato de há muito existirem do que pelo que realmente representam. Cada gota como essa que escorre agora entre meus dedos leva um pouco de sujeira e pó da minha alma, como que lubrificando-a a tanto que ainda há por fazer. Vão-se as decepções, os desentendimentos, diluídos nessa água que penetra o chão mais duro e depois desaparece.

Surge então o inesperado, a descoberta das pequenas coisas, a beleza das pessoas que a aparência esconde, a magnitude do primeiro raio de sol depois da chuva, a visão dessa pequena flor à minha frente que tanto se aproxima do meu conceito de paraíso...

Novas faces se incorporam à minha observação, e atento ao que nunca considerei, desprezava até.A hora do cântico chegou, e não tardo a escolher aquela música que nunca tive tempo pra escutar com atenção; Olho as pessoas à minha volta, e me assusto com sua simplicidade. Saio em disparada ao gramado e de súbito passo a ter um caminhar bem lento, aproveitando o efeito desse mágica que me envolve nesses instantes.

Cessa então a chuva, mas continuo por instantes absorto em minhas divagações. Eclodem os raios de sol que logo dão vazão à lua, e me pergunto se não são tão bonitos e valiosos como a chuva que passara. Ou talvez a beleza sempre esteve neles, e minha atenção somente os percebia fragmentados em acontecimentos isolados da Natureza. Sim, tudo realmente estivera lá o tempo todo, como aquelas respostas que passamos, às vezes, toda uma existência a procurar. Sou tomado de súbito pela constatação de que nos momentos em que mais preciso dessa chuva ela não vem, quando minha solidão mais se ampara na imagem da lua ela se esconde entre nuvens, quando o trabalho me escurece os olhos à visão das pequenas coisas elas insistem em continuar pequenas à minha percepção. E penso em como tudo seria diferente se todos fizessem dessas gotas de chuva de agora um painel de vida para toda uma existência
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