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Artigos-->Aonde nós vamos parar? -- 07/04/2004 - 11:53 (Thiago Valério Rufino de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Recentemente liguei a TV e fiquei zapeando os canais a procura de alguma coisa interessante pra ver. Algo me chamou atenção em um programa desses de auditório, em que os apresentadores são super cultos e inteligentes e dão um banho de lazer e conhecimento para os telespectadores. No caso, foi o programa de “Lucianta” Gimenez, o “Super Pop”, no qual uma mulher que se dizia modelo e atriz (grande coisa!) anunciava que tinha o interesse de vender sua virgindade! A partir dessa afirmação começou a baixaria geral que deve Ter durado todo o programa. São cenas como essa que demonstram a situação deplorável em que se encontra toda a programação da TV aberta no Brasil, mostrando que não se tem mais respeito algum pelo telespectador e sim pela audiência que significa alguns pontinhos a mais no IBOPE. As mesmices tomam conta de programas desse tipo que desafiam o bom senso e o nível intelectual do telespectador que é “obrigado” a engolir atrações de baixa qualidade que vão desde grupos musicais com letras e entonações que beiram o ridículo até pegadinhas que de forma desrespeitosa não exibem nenhum cunho moral ou ético quando são veiculadas. O que dizer de toda imoralidade e desrespeito apresentado no programa de Marcia Goldsmitch em que as armações são tão descaradas quanto falsas? O que dizer de toda a armação feita no programa dominical “Domingo Legal” com relação ao P.C.C.? E a avalanche de futilidades que é exibida no “Domingão do Faustão” só pra promover os atores da casa? O que por sinal a globo faz com desenvoltura, não é a toa que existem programas do tipo do “video show” que só faz markenting das próprias atrações da emissora e de seus atores. Realmente se abusa da inteligência de quem assiste a TV e procura algo passageiro para se entreter.

Infelizmente a podridão que tomou conta da TV não afetou apenas os programas de auditório, mas a programação como um todo. O período da tarde é totalmente recheado com programas de fofocas, diga-se de passagem, muito interessantes e de uma utilidade pública incrível. Simplesmente são permeados de comentários, fofocas e fuxicos sobre a vida de famosos (principalmente os globais) e personalidades recentes ou emergentes no mundo televisivo. Os comentários dos apresentadores muitas vezes são totalmente descartáveis devido ao nível em que se apresenta essas atrações, que por incrível que pareça ainda dedicam parte de seus horário descrevendo e comentando notícias quentes de revistas de fofoca. Dá pra levar a sério uma pessoa que passa boa parte do tempo debatendo sobre notícias de uma revista chamada “Ti-ti-ti”? É basicamente disso que vivem esses exploradores de mentes fracas que não perdem se quer um minuto de suas atrações.

Sem falar também nos programas de TV que exploram a violência. Esses realmente dão um banho de sanguinolência e brutalidade no que se refere ‘as notícias policiais por exemplo. “Cidade Alerta”, “Brasil Urgente”, “Repórter Cidadão”, “Linha Direta” são turbinados de casos, imagens, narrações e relatos que revelam o cúmulo da insensibilidade para com o ser humano. Mostram e apresentam tudo isso como um delicioso prato oferecido a um cliente que está prestes a degustá-lo. A violência é comercializada e banalizada pela chamada “imprensa marrom”, que não passa de uma exploradora da mediocridade humana que vendida em doses cavalares e entregue ao telespectador debaixo de um pano de “alerta e informação”. Naturalizar a violência dessa forma é contribuir com a cultura da brutalidade onde nós somos e passamos a agir somente como eternas vítimas. Até os desenhos infantis se apresentam com uma enxurrada de inclinações violentas, nos mais recentes é quase impossível se destacar títulos ou episódios que não sejam demasiadamente violentos e até mesmo cheios de malícia. É bem visível que todo o sistema das emissoras emprega muito pouco em relação a programações com mais entretenimento, conhecimento, informação e cultura (tem exceções: TV cultura, Futura, TV Universitária, etc.), mesmo porque esse não é um de seus objetivos principais. As grandes redes de TV investem em programas de massa que não visam melhorar a qualidade do que está sendo apresentado e sim controlar, ditar as regras de divertimento, alienar. É o que ocorre, por exemplo, com as novelas que dominam há anos boa parte do horário nobre da nossa maior emissora. Apresentando tramas fúteis muitas vezes repletas de maus exemplos, violência, sexo, homossexualismo, lascívia, promiscuidade e erotismo (com pouquíssimas exceções) que são transmitidas normalmente em vários horários sem o menor senso de atentado ao pudor. São feitas pra viciar os telespectadores e nenhuma contribuição trazem no âmbito cultural, servindo apenas como forma de alienação e controle de massas que eles preferem que sejam ignorantes e por isso nos privam de qualquer dose de qualidade. Já as mini – séries de cunho histórico com boa qualidade de tramas e roteiros baseados em aspectos culturais de nossa sociedade, são exibidas em horário elitizado onde o público é bem diferente e bem menor do que o das novelas. Não faltam programas na rede nacional com objetivo de jogar banalidades e cultura inútil em nossas mentes: Big Brother Brasil, Casa dos Artistas, Caldeirão do Hulk, Jackass, Malhação e por aí vai...

É Necessário que selecionemos melhor aquilo que entra em nossas casas por meio da TV e invade a vida de nossas famílias, nossos filhos. Declarar verdadeiros limites a essa mídia controladora a partir de nossas próprias escolhas, como uma forma de usufruir beneficamente o que a TV nos impõe e aprender cultivar hábitos que nos façam crescer por dentro em conhecimento cultura e informação sem a ausência de diversão e entretenimento. Evitar esses exageros que jogam diante de nossos olhos é crucial para que possamos extinguir o mal que a falta de bom gosto na televisão nos faria e para que vejamos até onde chegam essas influências de modo que isso não chegue a nos tornar cativos de uma mídia alienadora, o que pode até causar uma certa transformação em toda a estrutura programada pela TV aberta e encobri-la de uma certa ética e moralidade. Porque se continuar assim, até onde vamos chegar?



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