Corpo, leve corpo,
que a terra não sente o peso,
nem mesmo o peso
[a montanha sente.
Leve corpo,
que o mar não reconhece o peso,
e suas águas
[podem lançá-lo aos rochedos.
Corpo, tão leve corpo,
que os ventos de ínfima fúria,
podem faze-lo
[bailar a esmo.
Corpo, da leveza da pluma,
que o inverno em sua jornada fria,
pode desnorteá-lo
[em meio a fina bruma.
Palavras, simples palavras,
que desta terra de afirmações,
podem demover
[os montes.
Simples palavras,
que não ouvem as águas do mar,
mas delas podem
[libertar as rochas.
Palavras, pesadas palavras,
ainda que lançadas em silêncio,
na ventania
[se dissiparão jamais.
Palavras, doces palavras,
que no rigor da mais densa geleira,
podem arder
[um coração de calor.
Corpo leve, . . . .
[leve corpo indolor.
Palavras, . . . . .
[suaves palavras de amor.
AdeGa/98
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