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Teses_Monologos-->O DOM DE DOAR -- 10/11/2005 - 19:06 (Cheila Fernanda Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
II - O DOM DE DOAR*

Infância triste...
Infância enfadonha...
Estar em casa não era estar em segurança
Estar em casa não era ter sentimento de lar...
Eu buscava atenção a qualquer custo
Buscava dar nos outros um belo susto
Para me olharem
Para me sustentarem nos braços
Mas não... ninguém me notava...
Vivia em polvorosa
Fazia algazarra
Fazia muita farra
Batia, xingava
Uma coisa espantosa!
Mas não... ninguém me notava...
Fui percebendo, aos poucos,
Que com ninguém podia contar
Que ninguém de mim queria cuidar.
Foi uma punhalada no peito
Uma perfeita traição à minha confiança.
Dilacerei-me inteiramente - uma criança que era só dor.
Mudei de comportamento
Passei a comprar o amor
Passei a ser útil
Passei a oferecer meus préstimos
Para sentir que prestava para receber amor
Para sentir que me aceitavam.
Indispensável – era tudo que eu devia ser
Era tudo que eu decidi ser.

Cresci e desenvolvi a insatisfação
Desenvolvi a raiva, como um vício,
Mas escondido, sem mostrar abertamente,
O que não me trouxe benefício...
Dei demais porque queria receber
E uma insistência bem invasora
Fez-me, muitas vezes,uma pessoa chata, cobradora.
Minhas emoções entraram em turbulência
Desenvolvi um orgulho danado
Não o de narcisismo, mas o de ego inflado
Atiçando-me a ser imprescindível
Porque, na minha carência, todos precisavam de mim...
Lá se foi minha auto-estima
A passar sobre minhas necessidades
A se prender no sentimento alheio...
A me renegar, a me deixar manipular
Precisando desesperadamente agradar
Precisando de confirmação e elogio
Precisando abarcar o mundo
Para chamar a atenção.
Desenvolvi um lado sensível
Benfeitor, emotivo, doador
Sempre de prontidão para ajudar.

Hoje descobri que posso me redimir
E busco um olhar que deixei de ter:
O que me vê por dentro.
Percebo que posso ter amor
Por ser quem sou
Por ser como sou.
Estou aprendendo a receber
E isso não é ter que dar em troca.
Estou aprendendo a não ser indispensável
E isso é natural.
Estou aprendendo a ouvir um não
Estou aprendendo a dizer não.
Estabelecer limites é sensacional!
Descobri que tenho de fato um dom:
Meu lado doador, prestativo, benfeitor
Que atua sem cobrança, sem sacrifício, sem comprar ninguém.
Aprendo a verdadeira solidariedade e a compaixão
Aprendo a me amar e agrego o amor incondicional
Aprendo a quebrar o orgulho
Aprendo a saborear a humildade
Porque vivo sob tantas graças
Na bondade e inteireza da criação.

*Este é o padrão II, do tema: Da criança ferida ao adulto rumo ao seu interior. Segundo David Daniels e Virginia Price, na tipologia do Eneagrama, há nove padrões de pensamento, sentimento e ação formados na fase de desenvolvimento da nossa personalidade. O padrão de cada um de nós começa na infância, pois a criança, de alguma forma, foi ferida e encontrou um jeito de sobreviver, ou seja, inconscientemente adotou um dos nove padrões para se defender. Isso o adulto carrega, porém pode caminhar rumo ao seu interior e reverter ou amenizar a ferida.
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