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Cordel-->EU... DEUS ?! = Que Cordelão ! -- 03/09/2002 - 14:04 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando aqui cheguei, em 21 de Dezembro último, nunca supus que as circunstâncias me envolvessem em tão longa cordeleação... Mas... Viva o Cordel!


1. Abertura

DIGO-VOS QUEM SOU...

Voz imaginada de Deus:

Será sempre em vão pensar
Infringir a minha lei
Pois por ela só eu sei
Começar e acabar!

Podereis tudo inventar
Em meu nome ou destruir
Mas nunca ireis descobrir
Quem realmente eu sou,
Donde venho... Aonde vou...
E bastar-vos-à meditar
Que se existo pra mandar,
Sobre o que posso e quero
Porque me omito ou tolero
Será sempre em vão pensar.

Em entrega salutar
Presumindo-se a meus pés
Em delírio Moisés
Concebeu dez mandamentos
Segundo regra e talentos
Que – disse – lhe encomendei
Mas nem sequer inspirei,
E ainda que me renegue...
Nemhum humano consegue
Infringir a minha lei.

Se crêdes que existirei
Nos domínios do imenso
E imaginais que penso
Tal e qual e como vós...
Oh criaturas... Que atroz
Seria impor uma lei
Pra punir o que criei !
E se fiz humanidade
Prezai-a com humildade
Pois por ela só eu sei.

Nunca julgo ou julgarei
O pecado inventado,
Esse monstro inveterado
Que há milénios assestais
Uns aos outros... Oh mortais!
Cuidai sim de aproveitar
Os gozos e desfrutar
Da vida com mansidão...
Eu só tenho uma função:
Começar e acabar!

2. Apresentação de Zodíaco

E NÓS... QUEM SOMOS?!

Sagitário:

De Júpiter sou e comando
O tempo de fim d Outono;
Tenho o fogo por patrono
Que d azul celeste expando!

Quero ver como e quando
Virá o Touro atacar-me
E Gémeos para amar-me
Em sândalo perfumado
De turquesa iluminado
Entre topázios brilhando
Aos ventos que vão soprando
As asas de meu destino
E que à luz do divino
De Júpiter sou e comando.

Em puro estanho orbitando
Rodo por sabedoria
No arpejo da alegria
Dos serafins sonhadores,
Filósofos, professores,
Almas d ofício sem sono
Que aos corpos em abandono
Agitam chamas d esperança
E acendem com confiança
O fogo de fim d Outono.

Não careço de ter dono
Porque de fé abomino
As linhas que em vão domino
Entre os astros que conheço
E em silêncio padeço
Na solidão de meu trono
Descendo contra o entono
Dos que querem apagar
O que sonho e pra sonhar
Tenho o fogo por patrono.

De lírios é o quimono
Com que acoberto meu sexo
Porque temo o complexo
Da mentira tutelar
Que se compraz humilhar
A pouco e pouco matando
Aqueles que vão amando
E por amor verdadeiro
Eu ardo de corpo inteiro
Que d azul celeste expando!

Leão:

Por algo indefinido
Que o Sol determinou
Se sou um rei sem sentido
Devo à leoa o que sou!

Donde venho e aonde estou
Ainda não percebi
Nem sei se cheguei aqui
Por força do Verão em fogo
Mas leão... Oh vê-se logo
Em imponência erguido
Que sou animal temido
De juba personalizado
E líder incontestado
Por algo indefenido.

De Aquário valido,
De Virgem opositor,
Anulo-me por amor
Mas exijo obediência
Porque a minha impertinência
Assim me celebrizou
E a natureza dotou
De valentia e nobreza
Para gozar da grandeza
Que o Sol determinou.

Um diamante raiou
No viço do meu olhar
Um rubi pra iluminar
O sangue da vida em ouro,
Ónix e vital tesouro
Que provoco desabrido
Sobre o corpo do vencido
Que por ordem natural
Ninguém sabe bem ou mal
Se sou um rei sem sentido.

Pelo ser me sinto erguido
E me perco arrogante
Em orgulho fascinante
No auge do esplendor
Mas também sofro de amor
Quando por ele me dou
À lua que me enganou
E a rugir reconheço
Que se reino e padeço
Devo à leoa o que sou!

Gémeos:

O outro que nunca vejo
Mas que sinto a mim colado
Dá-me o sonho já usado
E tira-me o que desejo!

Em Mercúrio me protejo
E abro-me à Primavera
Que pressinto à minha espera
À saída do Inverno
Ou à boca do Inferno,
Seja onde for o manejo
Que o signo malfazejo,
Peixes, me queira ditar,
Continuo a procurar
O outro que nunca vejo.

Com Sagitário voejo
Sobre ágatas e ametistas,
Esmeraldas narcisistas
Entre verbanos odores
Para a nuvem dos amores
Onde me alcanço endeusado
E totalmente irmanado
Ao outro ser que me arrasta
Na distância que me afasta
Mas que sinto a mim colado.

Ah... Meu irmão desesperado,
Galgo veloz indeciso
Que sigo mas não diviso
Em tudo quanto me dou,
Quanto quero, quanto sou
À luz real do fado
Que percorro devotado
Na senda da novidade
E o destino por maldade
Dá-me o sonho já usado.

De inventor fui crismado
Pelo ar, esse maná,
Que a natureza me dá
D’inteligência segura
Que nasce ardente e pura
Por sublime lampejo
E em colorido festejo
Entrego sem condição
A quem a cobiça em vão
E tira-me o que desejo!

Torre da Guia
DR-SPA-1.4153
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