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Cartas-->Artigo de Diógenes Pereira de Araújo -- 01/03/2002 - 22:06 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POETA E PROFETA.

O texto de Felipe Cerquize: "Todos querem falar", com o qual concordo em parte e em parte discordo, inspirou-me a fazer alguns comentários e uma colocação que reputo de importância para os propósitos da brasilidade, para os bons e conscientes propósitos. Escreve: "TODOS QUEREM FALAR, mas poucos querem ouvir. Não que façamos isto propositalmente. O que acontece é que a vaidade de cada indivíduo faz com que os seus sensores estejam, a maior parte do tempo, mais preocupados em transmitir do que em captar." Aproxima-se isto da opinião de Nietzsche, chegada a mim por referência, pois nada li desse autor, opinião segundo a qual fundamentou sua ética no que acreditava ser o mais básico dos instintos humanos: o desejo de poder. Comecei a observar as pessoas sob este ângulo e cheguei à conclusão de que realmente algumas tomavam posse da palavra e não davam espaço a nenhuma outra para externar suas opiniões, como se isto as fizesse donas do ambiente, levando a quem pretendesse opinar a entrar de supetão no "monólogo". A pouca leitura corrobora a opinião de Felipe, pois ler é ouvir a alguém que falou por escrito, mas quanto a afirmar que: "Este é um dos focos do descompasso social em que vivemos e uma das fontes lícitas do enriquecimento dos psicanalistas mundo afora.", discordo da segunda parte, pois os profissionais de Psicologia não têm a procura que deveriam ter e outros são os campeões de ganhar dinheiro no Brasil. Recentemente a Psicoterapeuta Maria Cristina Manfro publicou no PRAXIS.COM 17 de 24.10.01,algo sobre o desabafo, quando alivia certas situação e deixa tudo na mesma. Há, de fato, pessoas com necessidade de desabafar de tempos em tempos para evitar que a "caldeira" expluda. Para estes desabafos, contudo, procuram pessoas que vão acatar e acalentar tais desabafos, ao invés de procurar, após reflexão, psicólogos ou conselheiros religiosos, bem como pessoas sábias, que a convidariam e ajudariam a rever suas posições e mudar de vida. Pessoas aptas a ouvir o desabafo e a "ouvir" a situação. Mudanças para melhor conviriam para referidos desabafantes e para todos, uma vez que vivemos sob um regime de solidariedade como um fato. O articulista reconhece o valor para a coletividade de pessoas qualificadas aptas a ouvir quando escreve: "Dentro desse contexto, quem é que faz a diferença? São os que se dispõem mais a ouvir do que a falar. São os que ajudam mais do que pedem ajuda. São os que lhe estendem as mãos sem pedir nada em troca por isto. Não estou falando de utopia. Isto é real e pode estar no nosso dia-a dia. Mahatma Gandhi, Martin Luther King e Madre Teresa são exemplos famosos desse tipo de comportamento. Quem sabe se a nossa candidata ao Prêmio Nobel da Paz, Zilda Arns Neumann, também não tenha consagradas internacionalmente as suas ações junto à Pastoral da Criança? Enquanto a caravana passa, os que só têm tempo para pensar em suas conquistas certamente não perceberão a importância dessas pessoas e que elas, de alguma maneira, são parte dos benefícios sociais de que desfrutam. Por falar em criança, achei muito tocante a propaganda da Fundação Gol de Letra www.goldeletra.org.br)..." Meu propósito mais específico aqui, informo, é abordar a pergunta: "Vocês já prestaram atenção no fato de que o poeta nunca se propõe a ouvir e sim a falar ou a ser ouvido?" Quando Felipe escreve isto não sei em quem esteja pensando. Ao que me consta o poeta e a palavra poeta no Brasil tem sentido pejorativo. Tal conceito de poeta não aconteceu nos melhores momentos da Cultura da Grécia, nem mesmo Romana e não acontece em países mais adiantados, tais como Alemanha, França, Estados Unidos e outros, onde os poetas têm elevado conceito na escala social e intelectual. Freud escreveu, - não que ele tenha sido lido por mim: "Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim." Malba Tahan: "Aquele que toma a realidade e dela faz um sonho é um poeta, um artista. Artista e poeta será também aquele que do sonho faz realidade."
Oxalá existissem tais tipos de poetas, proponentes de projetos, ouvidos no Brasil. As Escrituras preceituam, Provérbios 29,18a: "Perece o povo por falta de profetas...". A palavra profeta e os livros proféticos praticamente são sinônimos de poeta. Está bem em consonância com Malba Tahan. Afugentar os poetas e tratar de forma pejorativa os sonhadores com um Brasil
melhor é abortar na raiz o projeto para uma Nação, para uma Nação com "N"
maiúsculo. Outra tradução para Pv 29,18: "Quando não há visão, o povo não tem freio..."
Obs. da Bíblia de Jerusalém: "A visão parece aludir à atividade dos profetas." O "visão" neste contexto significa ver o invisível, ver no futuro um projeto viável. Nos dias de hoje vive se muito em função do ver, - ver TV, por exemplo -, em detrimento do ouvir. Tenho fugido da denominação de poeta. Até me denomino de artesão de letras, conforme o poema adiante:

ARTESÃO

Sou artesão de letras. Nada mais.
E tenho por escopo principal
a prática do bem. Sou contra o mal
Quero propor questões primordiais

ao fio da consciência nacional
pois esta se buscar será capaz
de seccionar o erro que nos traz
pobreza e humilhação. Quero, afinal

estimular a todo cidadão
a se empenhar a fundo no mister
de melhorar a si e ao que puder

Quando há problema existe a solução
A solução é cada qual buscar
a si se transformar e melhorar

Diógenes Pereira de Araújo
diogenes@poemanet.com
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