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Cartas-->Nesta noite -- 01/03/2002 - 15:28 (Gabriel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nesta noite, em que meu corpo é todo lágrima.
Em que quero preencher de sexo, de amor, de sentido todos meus pontos
Em quero desvendar as purezas do branco
Em que quero avançar delicadamente por um canto negro
Nesta noite, o sol não é lugar seguro de lembranças
Queria me matar em protesto,
encher de sangue os rios dessa cidade
jogar cada parte do meu corpo sobre o gramado de cada estádio
festejar os cortes cada vez mais profundos em meu corpo
esquartejar meu corpo em silêncio atônito.

Como continuar vivo sem me entregar à Morte dos rituais,
Como me estender sobre uma cama ou uma corpo estranho,
se todos os corpos e camas são estranhos e repousam no olvido
Mesmo que pequena, ter uma vida constante, uma vida contínua
Por que jogar fora dos tempos o que é mais sublime?
Por que criar pequeninos pacotes da morte, enfeitá-los
vamos revolucionar a vida em sociedade
por favor, vamos destruir todos os prédios e igrejas
vamos nos abraçar com calma e chorar toda nossa vida
vamos ser dez, cem, milhões de corpos com consciência
vamos só nos olhar e chorar e dizer quanto tempo perdemos
nestes rituais e no esquecimento necessário destes rituais.

Não sou sistemático, não sou neurótico, olhem
as aves voam mesmo à noite, algumas dormem
mas elas existem, elas continuam existindo sempre
tão replets do amarelo, do verde, do azul, do amor
de retornar eternamente para os ninhos, para as casas
de repouso, de acasalamento, repletas de toda esperança.
Olhem, eu não tenho um nome, não me expulsem
de seus corações que eu me escandalizo e começo
a acreditar que sem vocês a vida é ainda mais difícil.

Nesta noite, a noite não termina.
Acho que nunca termina.
Mas minha voz enfraquece
e meu corpo não dança mais
não pula mais e não choro
pensando no futuro de mim
e de toda a humanidade que virá
A noite continua e eu entro
sufocado
no amanhã.
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