Quando Deus enveredou-se pela criação do mundo, certamente teria ele dentro de sua sabedoria pensado que, este mundo seria um reduto de pessoas imbuídas de caráter solidário, alagado de sentimentos fraternos, menos mesquinhos dos que habitam nosso meio. Dentro dessa visão míope, teria ele chorado quando tudo começou.
No início da criação, teria Deus criado o fogo, o céu, os seres viventes, outros planetas, e o seu grande amor: A terra. Essa jóia, feita com tanto esmero, lapidada com um sentimento puro precisava de um complemento que a enfeitasse. Dessa forma, teria Deus criado o homem, e de sua costela, providenciou sua companheira, a adorável mulher. O anjo Lúcifer, que até então era o secretário de Deus, sentiu-se enciumado e resolveu abdicar da prerrogativa de serventuário de Deus, vivendo a partir desse momento, por conta própria, contracenando assim, do outro lado do filme.
A terra, novinha em folha, tinha belíssimos campos, águas cristalinas, matas virgens etc... Deus se sentia realizado, mesmo com o “racha” que Lúcifer havia feito. Com o passar dos dias, Deus resolveu dar esse presente ao homem, uma vez que este foi criado para habitar a terra. Lúcifer, vendo que Deus colocara o homem e a mulher para habitar a terra, partiu em direção ao homem, persuadindo-o para que pecasse. Esse relutou a primeira vista, uma vez que Deus o alertara para os perigos do pecado. Salientou que, se pecasse, não teria mais sua proteção. Lúcifer, sabedor de todas essas artimanhas, contratacou diversas vezes até conseguir seu intento. Pronto!! O homem e a mulher morderam a maça, praticaram sexo, viram a luz do pecado, notaram-se, estavam nus. Lúcifer sorria de prazer, a terra deu um giro em torno do seu eixo, Deus chorou. O mundo caiu.
A partir daí, Deus cumprira o que prometera, virou-se e deixou o mundo por conta de Lúcifer. Esse, sentia-se forte, conseguira em sua primeira batalha, a vitória. Milhões de anos se passaram, estamos nus de solidariedade, pobres de amor, de compaixão, cultivamos o ódio, o rancor, o individualismo, cultivamos as leis da destruição. O mundo passa fome, milhares morrem, outros sorriem. Quando Deus voltar-se novamente para o mundo, certamente chorará.