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Humor-->Lua sem mel -- 06/07/2014 - 14:06 (José Luiz de Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

– Os anos só lhe fazem bem. Você está ótimo. Que saúde! Nunca escutei que tenhas pisado em algum hospital.

– Bondade sua. Eu me cuido bastante, por isso, quase não adoeço. É verdade que fui operado três vezes, mas só banalidades.

– Não sabia.

– É. No meu andar de cima rasparam as amigdalas e removeram uma pinta do pescoço. No de baixo cortaram aquela pelezinha excedente, exclusiva do sexo masculino.

– Isso melhorou sua qualidade de vida?

– Mais ou menos. Com a garganta limpa reduziram as infecções. Na ausência da pinta fiquei menos diferente. Sem a pele, um pouco mais exibicionista.

– Imagino.

– Claro que o mais marcante não foi tirar a pinta, mas a pele. Porém, para remover a pinta da pele quase sofri mais do que tirar a pele que não tinha pinta.

– Que confusão!

– Explico! Depois de um sofisticado procedimento pré-operatório – que eu julguei exagerado apenas para tirar uma pinta – eu fui conduzido para sala de cirurgia. Usava um ridículo camisolão verde. Por baixo só a pele. Apesar de toda aquela parafernália eu me encontrava bem relaxado. Talvez pelo excesso de gente para cuidar de uma única pinta, percebi que houve um mal entendido. Quem deveria ter me anestesiado não o fez. Logo se aproximou um mascarado, com pinta de cirurgião e avançou firme na direção do meu pescoço. A pinta era grande. Não tinha como errar. O bisturi maior ainda.

– E aí?

– “Falo ou não falo”?, pensei apavorado. Eu tinha medo de ofender o doutor e parecer que estava lhe ensinado seu trabalho. Felizmente, naquela época eu já sabia distinguir bem o instrumento que corta do que anestesia. Confiante nesta cultura médica elementar, estufei o peito e gritei: Paaaaara!!!!! O bisturi ainda não havia tocado na pele nem na pinta, mas eu não podia pagar para ver. O imbróglio foi logo esclarecido.

– Ufa!

– Imagino que você não esteja interessado nos detalhes da outra operação: a da pele que não tinha pinta.

– Não! Essa eu agradeço.

– Apenas para tranquiliza-lo, esclareço que fui devidamente anestesiado. Escolhi um bom hospital e uma equipe competente e cuidadosa. Não podia colocar minha reputação em risco. Errei foi na data. Fui operado uma semana antes do casamento. Na lua de mel dormimos em quartos separados.

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