E grito: INTELIGENTE !...
Oh, António Maria, em desabafo,
Imaginando-te dentro de mim vivo
Neste perverso mundo onde abafo,
Como tu, desesperado e cativo,
Permite, vate mor, no mesmo activo
Verso a verso, até que dê soneto,
Buscar em teu espaço o lenitivo
Que tantas vezes louco comprometo,
Cedendo submisso, traste absoleto,
À verbe que coisa alguma faz mover
E tão só doendo cruel me remente...
Elmano Sadino, grande mão, gaveto
À esquina da memória, almejo ser
Palavra-acto. E grito: inteligente !...
António Torre da Guia
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