Valeu apenas tirar o meu brevê. Fui o segundo da turma. Consegui realizar
uma façanha: Sair de um parafuso, sem providências tomadas. Tudo aconteceu
em Porto Alegre, quando realizava o meu quinto vôo, sem co-piloto. O avião
perdeu o controle. E as minhas tentativas de sair do parafuso foram em vão.
Procurei o santo mais próximo, o da lua, São Jorge. Não atendeu aos meus
apelos, e já estava perdendo altura. Foi quando lembrei-me das palavras de
um dos mais experientes pilotos, o Pantoja, que dissera-me certa vez: Nos
momentos aflitivos, não perca a calma. É melhor parar para pensar , do que
ser mal sucedido pela falta do raciocínio. Cruzei os braços e fui pensar. Apenas
pensei demais e o pequeno avião sózinho se estabilizou a 500 metros do
solo. Aqueles que me conheciam, elogiaram as minhas providências. E eu
apenas sei quais foram elas. Jamais façam o que eu fiz. Hoje sei que São
Jorge me deu uma mãozinha . Mais tarde, às 18 horas, vou a Belo Horizonte,
em vôo solitário. Já fiz o plano de vôo. Apenas a gasolina correrá por minha
conta. Meu regresso à Granja Dourada , vai ser de 24 horas, pois pretendo
regressar à noite. Sempre gostei de pilotar à noite. Até breve!
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