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Artigos-->Antes de Tudo, Um Forte -- 17/03/2004 - 16:30 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Vestibular de Lula

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Inegavelmente, ele é, antes de tudo, um forte. Aliás, como todo nordestino. Não entregou os pontos. De sacola nas costas, rumou para o “sul maravilha” em busca de melhores condições de sobrevivência. E pisou o chão das fábricas da grande metrópole. Fez um curso do SENAI e arrumou um emprego de Torneiro Mecânico. Bom contador de histórias, e hábil no processo de negociação, logo se tornou líder sindical.



Não se deu por satisfeito. Fundou um partido político e fez sua inscrição para o vestibular mais concorrido: o da Presidência da República. Acumulou muitas derrotas. E resolveu mudar de estratégia. Entendeu que tinha que se preparar mais para atingir seu desiderato.



E foi assim que recomeçou a sua luta. Apaixonou-se pelas técnicas de vendas. Conheceu a poderosa ferramenta do marketing. Pesquisas de mercado, embalagens, propaganda...Apelou para a mudança da própria imagem. Trocou o macacão pelo terno de “marca”. Boas gravatas e bons sapatos. Cuidou da aparência. Passou a usar um sorriso largo e confiante no rosto bem maquiado. Baixou o tom de voz. Mudou o discurso: do amargo e pessimista para o doce e otimista. Fez promessas e mais promessas. Agradou a todos. E ganhou as eleições.



Mas, ao chegar ao poder, logo entendeu que precisava continuar seus estudos. Só a propaganda não resolveria. E voltou-se, num primeiro momento, para a linguagem e a literatura. Usou e abusou de metáforas e aforismos. Fez da narrativa o seu estilo preferido. Contou histórias sobre si mesmo. Sem descuidar das promessas e do otimismo que passaram a ser suas características principais. Não deu certo.



Voltou a fazer uso de seus conhecimentos de marketing. Lançou o “Fome Zero”, o “Primeiro Emprego” e as promessas de sempre: criação de 10 milhões de empregos e realização de reformas em todo o país. Da administrativa até a política. Não deu certo.



Resolveu suavizar as aflições e impaciências dos que começavam a perder a esperança e a voltar a ter medo de ser feliz. E passou a dar risadas. A explicitar seu bom humor. E resolveu partir para a música. Tambor, violino, piano, enfim, queria tornar-se maestro. Mas sem saber ler pautas musicais, era praticamente impossível. Ademais, mostrou-se desafinado e com um grupo de 35 músicos desarticulados e tocando de “ouvido”. Chegou a fazer dupla com a prefeita de São Paulo. No improviso da hora. Não deu certo. Entrou água na tuba. E os instrumentos enferrujaram rapidamente.



Entrou para a aviação. Partiu para o exterior, em busca de novos conhecimentos. Nada dava certo. Voltou ao Brasil. E ingressou na faculdade de educação física. Passou a correr com as reformas. A tributária e a da Previdência chegaram rapidamente ao Congresso Nacional. Mas ali estagnaram. Não deu certo.



Foi para outra modalidade esportiva: o salto em altura. Mas decepcionou a todos. Os juros e o endividamento externo foram seus principais adversários. Subiram mais alto ao pódio da economia mal conduzida.



E agora, nosso presidente está praticando meditação. Passa muito tempo calado. Depois que os escândalos dos jogos do bingo e tantos outros vieram à tona. Lembrou de suas aulas de filosofia sobre ética e moral. Mas, mesmo assim, nada fez para que seus aliados impedissem a instalação da CPI do Bingo. Parece que a Poder Judiciário, as leis e as normas não fazem a sua cabeça.



Hoje, o presidente voltou aos esportes. Pratica o boxe, dando socos em todos que se colocam contra as suas idéias. Mesmo que sejam do PT ou do PL. Defende com unhas e dentes os seus amigos do pleito.

E do peito. Mesmo que estejam sob desconfiança geral. E já manifestou, várias vezes, sua vocação para religioso. Pensa em ser padre. Para ver se consegue, dessa maneira, o milagre do crescimento.



O presidente precisa, urgentemente, retirar os óculos cor de rosa com que vem trabalhando o seu governo. E trancar a matrícula enquanto é tempo. Até descobrir sua verdadeira vocação. Para voltar a ser feliz.



17 de março de 2004





















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