Este trabalho enquadrar-se-à na peça teatral em título, que me propus concretizar. Considerando que a Usina corresponderá por ilacção à complexidade astral gerida por Zodíaco, tomo o signo de MILENE ARDER como minha primeira opcção.
De Júpiter sou e comando
O tempo de fim d Outono;
Tenho o fogo por patrono
Que d azul celeste expando!
Quero ver como e quando
Virá o Touro atacar-me
E Gémeos para amar-me
Em sândalo perfumado
De turquesa iluminado
Entre topázios brilhando
Aos ventos que vão soprando
As asas de meu destino
E que à luz do divino
De Júpiter sou e comando.
Em puro estanho orbitando
Rodo por sabedoria
No arpejo da alegria
Dos serafins sonhadores,
Filósofos, professores,
Almas d ofício sem sono
Que aos corpos em abandono
Agitam chamas d esperança
E acendem com confiança
O fogo de fim d Outono.
Não careço de ter dono
Porque de fé abomino
As linhas que em vão domino
Entre os astros que conheço
E em silêncio padeço
Na solidão de meu trono
Descendo contra o entono
Dos que querem apagar
O que sonho e pra sonhar
Tenho o fogo por patrono.
De lírios é o quimono
Com que acoberto meu sexo
Porque temo o complexo
Da mentira tutelar
Que se compraz humilhar
A pouco e pouco matando
Aqueles que vão amando
E por amor verdadeiro
Eu ardo de corpo inteiro
Que d azul celeste expando!