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Artigos-->15. GENEROSO ALVITRE -- 01/09/2001 - 07:39 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não temos permissão para explanar a respeito de temas específicos do plano da espiritualidade. É fácil de descobrir a razão da proibição, mas vamos, mesmo assim, trazer algumas ponderações, já que a curiosidade dos encarnados em vigília se dá até além dos limites da sabedoria.



Quando ficávamos tomados pelas sensações apoteóticas da droga e nos julgávamos libertos das pressões físicas e emocionais, como se o medo não fosse mais do que ligeira sensação de insegurança e quando a coragem raiava pelo desespero de tudo enfrentar, tornando-nos tolamente irresponsáveis, porque feríamos a torto e a direito, muito mais a torto, muitas vezes pensávamos que estávamos transcendendo o plano da realidade corriqueira, tanto as ilusões nos tomavam de assalto a consciência. Essa condição corpórea, muito mais do que mental, porque eram efeitos químicos a impedir que assumíssemos plenamente o domínio das reações orgânicas dependentes da vontade, dava-nos a sensação da paz e os meios de captação da matéria se perturbavam, como se tudo se desenrolasse no melhor dos mundos. Daqui compreendermos muito bem a expressão idiotizada na época, expressa no dístico paz e amor.



E vivíamos intensamente a alienação, em puro confronto com os princípios do trabalho e do companheirismo. É verdade que constituíamos famílias numerosas, mas não nos atingia o fato de sempre nos assinalarem no seio da sociedade comum como marginais. Não produzíamos nada e achávamos que havia muita gente quadrada ou enquadrada, engajada na estrutura econômica carcomida, para nos subsidiarem os recursos de que lançávamos mão quando necessário, por exemplo, nos setores da saúde, do transporte, da energia, dos utensílios etc.



Tínhamos os nossos gurus e nos sentíamos intelectualmente amparados por eminentes filósofos (ao menos assim os considerávamos), ocupantes de importantes cátedras universitárias, como ainda muitos artistas fabricavam para nós objetos aos quais dedicávamos um estranho culto, porque os transformávamos em verdadeiros totens para a nossa adoração. Quando não tínhamos base de sustentação nem na periferia das cidades, nem no campo, mergulhávamos de cabeça nas igrejas que nos ofereciam alguns pobres indícios de que as forças planetárias de outras dimensões estariam resguardando-nos para a sagrada missão que teríamos futuramente, quando volvêssemos ao mistério, quase sempre objetivando sermos recebidos por algum dos avatares idolatrados da humanidade, como Jesus, Buda, Krishna e outros poucos oriundos das estranhas seitas hindus, chinesas e japonesas.



Se os amigos leitores estiverem por dentro dos pontos aludidos, poderá fazer pálida idéia das comunidades que se formam no etéreo com a concentração dos drogados, mas com o ônus dos sofrimentos provocados pela necessidade da obtenção de segurança em algo maior, como tínhamos no orbe relativamente à sociedade organizada. A falta dos elementos químicos para as alucinações se compensa pela dor direcionada pela memória, como se os distúrbios da consciência se refletissem no perispírito, para o efeito da rememoração dos momentos em que estávamos drogados.



Eis que vai tornando-se impossível o relato perfeito desses aglomerados de espíritos em desespero, porque as reações se individualizam e cada qual se encontra consigo mesmo, naquilo que tem de pior. É uma revitalização perene dos elementos em desequilíbrio, como se não mais houvesse nenhuma daquelas perspectivas que alimentávamos nos transes hipnóticos do poder sem limites. Os guias que havíamos elegido não se evocam mais para a esperança do progresso espiritual e o presente se torna eterno, na configuração de que nada muda no conjunto existencial. Sabemo-nos seres errantes mas somos incapazes de caracterizar a essência da natureza em que existimos. Os pruridos de fé vão ficando cada vez mais apagados no coração e na mente, uma vez que o conjunto do saber que possuíamos não se constrói com os recursos agora disponíveis.



Percebam que não estamos pintando a situação com a negritude infernal que se poderia esperar pelas graves defecções morais que apontamos. Contudo, sugerimos que se preste atenção nas diferenças individuais, pela história diversificada de cada qual, segundo caracteres próprios, para a constituição das personalidades. Sendo assim, a dor apresenta múltiplos aspectos quanto à intensidade e quanto ao entendimento da sua natureza. Se desconfiarem de que possam existir espíritos quase sem nenhuma emotividade e, portanto, sem qualquer reflexo de pesar, estarão bem próximos dos mais alienados, dos que praticaram os piores delitos contra si mesmos e contra os semelhantes (e até contra a natureza e a criação, em sentido lato). Tais indivíduos estarão próximos de nova encarnação? Diremos com mais propriedade que estão prestes a deixar o grupo para descaírem em regiões onde serão acossados por espíritos menos afeitos às divagações originadas na construção de um universo cujo centro é o ego e cujos limites não vão além de um pouco de reflexos escuros produzidos pelo desejo de afastar os demais, no crescente temor de que a potência humana está diluída no sistema desarmonioso das vibrações de igual intensidade dos companheiros infelizes. Em todo caso, pode acontecer de serem remetidos de volta à crosta terráquea, em condições muito diferentes da precedente encarnação, porque sempre existe a necessidade de satisfazer os reclamos vitais em ebulição.



Estamos pegando ao de leve na descrição dos horrores a que se submetem os que perderam a oportunidade de redenção pelo trabalho cármico, porque não desejamos impregnar a mente dos leitores com o mesmo medo que rejeitam quando analisam as promessas catastróficas dos pecados capitais das diferentes instituições religiosas que propugnam um criador vingativo, senhor de exércitos de anjos e arcanjos a impedir a ascensão daqueles que não rezam pela cartilha dos sacerdotes. Também não queremos deixar a impressão de que todos que morrem são admitidos em colônias de recuperação espiritual, onde são ministradas aulas de angelitude, para que cresçam as asas dos seres fluídicos que se guindarão de imediato para os reinos de paz e de amor anteriormente imaginados, onde a curtição é permanente, a ociosidade integral e a responsabilidade nenhuma.



Nem tanto ao céu nem tanto ao inferno, mas muito para a terra, que é para onde estamos destinando estas manifestações, no sentido de alertar para as opções de vida que melhor realizem os objetivos da encarnação. Tempo perdido? Já discutimos este aspecto. Apenas devemos acrescentar que estamos cumprindo o nosso dever, noção esta que é a mais posta em dúvida pelos irmãos que se drogam, porque não respeitam a própria intuição, que lhes demonstra que é perfeitamente possível que desconheçam muitos dos limites da capacidade humana, por fixarem como medida do universo a sua própria desenvoltura. Já que vieram até este ponto desta modesta apreciação de alguns parâmetros existenciais, aceitem a recomendação para a leitura e conseqüente reflexão de algum compêndio científico de ponta, alguma tese acadêmica em área diversa daquela de seu domínio. Por exemplo, se você conhece mecânica, deve pegar uma obra relativa aos recentes estudos sobre a história dos povos primitivos da Eurásia. Algo totalmente alheio às suas preocupações. Talvez venha a entender uma das razões por que não temos permissão para discorrer a respeito do que ocorre em nossa dimensão. Nada faríamos que não fosse estabelecer comparações muito imperfeitas, ainda mais porque não temos desembaraço para tais mensagens. Mas podemos indicar as obras de André Luís, pelas psicografias de Francisco Cândido Xavier e de Waldo Vieira. No caso específico do tema desta dissertação, destaque para a obra Evolução em Dois Mundos.



O título desta mensagem não deve honrar o grupo dos alunos que compõem os textos, porque foi dado por sugestão temática de nosso orientador. Não é verdade que está muito bem colocado? Meditem sobre isso, por favor.



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