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Artigos-->Em Homenagem ao Dia da Poesia -- 14/03/2004 - 18:46 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




PRECONCEITO

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Sou invisível, sou transparente

Sou deste mundo, alguém falou

Quando nasci: ele é moreno

Sangue vermelho, de mim jorrou

Cabelo preto e bem molhado

Língua vermelha, corpo suado

Chorava muito, aqui estou



Cheguei no colo, abençoado

De uma parteira, toda de branco

Só vi seus olhos, bem generosos

Mãos calejadas, sorriso franco

Na sua pele, a alma pura

Seu rosto lindo, bela figura

Senhora negra, andava manco



Parteira idosa e sorridente

Mãos generosas, mãos confiantes

Dedos seguros, unhas em rosa

Mãos que seguram, mãos atuantes

Ponte de apoio e de partida

Une o milagre ao bem da vida

Cheio de amores, perseverantes



Depois cresci, fui vendo as cores

As cores do mundo, do céu de anil

A cor singela, a cor da pureza

A cor do país, do nosso Brasil

A cor dessa gente tão altaneira

Tremula ao vento, a nossa bandeira

A mais bonita, entre dez mil



O verde e o amarelo, o azul e o branco

O vermelho do sangue, da cor do carmim

Correm nos campos e em minhas veias

O branco da rosa e a cor do jasmim

Crescem no verde, o verde iminente

Na cor do sol, o sol transparente

Brilham as estrelas em cima de mim



Os anos dourados e de tantas cores

Cores da vida e da juventude

Cores que brilham em todos os tons

São pingos de chuva, no chão amiúde

São cores bem fortes, são cores marcantes

Enchentes de verdes de tons bem picantes

Provocam emoções e muita atitude



E o jovem assim, varando estações

Jardim ficou murcho, é chegado o verão

Agora de resto o preto e o branco

Nos sonhos sonhados com toda a razão

Seus sonhos são tristes e sem colorido

O tema é o passado que já foi vivido

São sonhos pisados com os pés no chão



E descobre surpreso o seu colorido

O homem já feito de todas as cores

Bebeu leite claro em seios tão negros

A segunda mãe de tons protetores

Sou eu somos nós, todos os brasileiros

Mestiços de cores, de tons estrangeiros

A raça mais pura de tantos amores



O sangue que corre em nossas veias

São genes e cores do mundo inteiro

Da África, da Europa e Oceania

Povo amarelo e índio brasileiro

Somos a amostragem mais transparente

Resumo e síntese de toda essa gente

Tatuado na pele, o tom pioneiro



Nós que somos de todas as cores

Apenas uma delas ainda insiste

Em macular todo o colorido

O preconceito, que teima e persiste

Separa e intriga pessoas e cores

Supõe e aponta eventuais diferenças

Quebrando a harmonia com desavenças

Enxergando a cor onde ela inexiste































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