Ah, que se derrame em ti esta minha taça
De amor tinto que tantas vezes sorvi
No buquê de silêncio dos meus lábios
Que me degustes em meus tantos aromas
Quando sou rubi e em instantes malvasia
Que se proclamem todos os meus delírios
Sob a fotografia não revelada aos teus olhos
Despeço-me da embriagada e frágil lucidez
Anuncio-te minha saudade absoluta
Que só a ti conhece em meu peito
Quero-te tanto, sempre e mais
Já me denunciam as palavras adiadas
Desafogo-me da imensidão das hesitações
Da calma que me suplica a demasiada espera
Sente no sopro da descoberta dos teus dedos
O perfume desses inadiáveis desejos meus
Que se alinham para o destino do teu corpo