A parteira, a rezadeira e o coveiro.
Na tua lavoura não trabalho
Meu ofício é só pegar,
Tua lavoura não dá broto
Na minha, vejo brotar.
Quando pensas em plantar
Rezo prá não vingar,
Quero ver bem crescido
O meu broto sem plantar.
Meu destino é fazer vingar o broto
E prá vingar ele faz a benzeção,
Para não ir à tua roça
Prá servir de plantação.
Se falhar o que benzí
O que segurou com carinho,
Segurou e está bento
Tua foice é o meu espinho.
A tua foice é justiceira
No engano do pegador,
A rezadeira não benzeu
E a tua lavoura vingou.
De: Airam Ribeiro - Itanhém-Ba-
24/05/2000.
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