Usina de Letras
Usina de Letras
123 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62164 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20027)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4753)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->CARTA DE ALINE -- 22/09/2015 - 17:17 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PUBLICAÇÃO DA CARTA AUTORIZADA PELO REMETENTE

CARTA DE ALINE
RECEBI UMA CARTA POR EMAIL E TROCANDO ALGUMAS IDEIAS COM A LEITORA, ACHEI INTERESSANTE PUBLICA-LA, BEM COMO, PUBLICAR MINHA RESPOSTA.
QUEM SABE ALGUMA LEITORA NÃO SE IDENTIFIQUE COM AS HISTÓRIAS TÃO COMUNS.

Oi Valentina,
Meu nome é Aline e te conheci, ou, descobri, através de uma amiga de faculdade. Ela cursa literatura inglesa e eu biologia. Pode parecer bem diferente, mas, conversando, vimos que tínhamos, muito em comum. Nos conhecemos em fevereiro quando começaram as aulas porque moramos no mesmo condomínio, e pegamos o mesmo fretado. Ela lê muito e entre uma leitura e outra, eu puxei conversa e ela correspondeu, e desde então, passamos a trocar ideias e nos conhecemos bem e ela me falou de você. À partir de então, leio tudo que você escreve e adoro. Li quase todas as suas publicações e procurei algum livro, mas, não encontrei.
Com tantas histórias de amor, creio que você deve ter mais de quarenta anos, até pela cronologia do que escreve e as próprias histórias, acredito que em quase todas você é a personagem principal. Acertei?
Olha, acho que estou escrevendo pra você porque me identifiquei bastante e confio que vai me responder.
Eu conheci um cara, bem mais velho que eu. Eu tenho 20 anos e sou solteira, e ele tem 46 e é casado. Trabalhamos no mesmo prédio e nos conhecemos no elevador. A mulher dele trabalha no bairro próximo e quase sempre os dois, vem e voltam juntos.
O lance aconteceu assim: Nosso horário de entrada, almoço e saída era o mesmo. Uma coincidência dos astros. Rsss. Apesar de ter mais que o dobro da minha idade, eu o acho um gato. Começamos a almoçar juntos, e daí para iniciarmos o relacionamento foi um pulo. Saímos várias vezes na hora do almoço, naqueles hotéis no Centro da Cidade, só pra matar o desejo, e pouco a pouco fui me envolvendo. Desde o início ele demonstrou desejo apenas de sermos apenas amantes, com a máxima de que tinha medo de se envolver, quando já estava totalmente envolvido, e mesmo assim, como estava apaixonada, não dei um basta na situação, e acho até que aconteceu porque nunca encontrei ninguém que me chamasse atenção. O fato é que na maioria das vezes, ele faz questão de se manter afastado e noto, que às vezes, chega mais cedo ou mas tarde, ou pede lanche no escritório só pra não me encontrar e inventa desculpas esfarrapadas pra não sairmos, mas sinto que quando tem vontade, volta correndo.
Sempre fala sobre sua esposa e o quanto a agrada. Acho que é uma forma de compensa-la pelo que anda fazendo comigo. No mais, estou numa dúvida danada, se continuo a ser uma eterna amante, sem agrado nenhum, sem diferencial, sem paparicos, exclusiva para as horas de lazer.
Beijos da sua fã Aline.

Resposta para Aline
Querida Aline,
Gostei de você de cara, e pode crer, me identifiquei bastante com sua história. Vou te contar o que aconteceu comigo, e acho que essa, vai ser a minha resposta, bem nas entrelinhas.
Você acertou! Tenho mais de quarenta e cinco anos, bem vividos, e cheio de amores achados e perdidos.
Quando tinha sua idade, e até mais nova que isso, conheci um cara casado, e ele era meu professor. O cara era simplesmente uma fera, e eu sempre tive um fraco por gente inteligente, o melhor de tudo é que ele me dava cola nas provas, de outras matérias, enfim, o cara era foda. Não era bonito, mas tinha os olhos e o sorriso mais lindo do mundo, e por ser em mais velho, que eu, precisamente o dobro da minha idade, o pintei como ídolo.
O fato é que a insistência do meu sorriso, somados às minhas ancas novinhas, bem brancas, expostas num dia em que estava a fim de seduzi-lo, deu certo. Não entendia porra nenhuma da matéria, mas ficava vidrada nele, e ele em mim, à partir desse dia. Uma vez nos encontramos numa das saídas laterais do colégio, e ele escreveu a letra de uma música, (traga-me um copo d’agua tenho sede...) Ficou tudo entendido. Disso para minha primeira vez na cama, foi um pulo. Ele foi maravilhoso, e ficamos juntos alguns anos. Sempre que podíamos saíamos à tarde pra aproveitar os momentos, e ficamos nisso um longo período. Nada me era escondido, e conhecia sua família e ele conhecia a minha, e nos tinham como amigos, quase padrinho. Foi ele que arrumou meu primeiro emprego, no qual passei vários anos. Um dia saímos junto com um amigo dele, bem mais velho, e levava consigo sua amante, igualmente velha. Comecei a achar aquilo muito estranho, e fiz várias indagações, e me vi do lugar daquela mulher. Outra vez, fomos juntos à uma loja, porque dei um jeito de ir a um show com ele, daí precisava comprar um vestido, e ele comprou um pra mim vinho, e outro para sua esposa, prateado, além de um par de brincos.
Eu era muito nova, mas não pude deixar de notar, a preocupação dele, em compensa-la pelo que estava acontecendo.
Então parei e fiz a seguinte conta. Ela o tem em todos os momentos e eu não. Ela é regiamente compensada com presentes e joias para compensar o sentimento de culpa. Quando ela o procura, o tem, pois ele não nega fogo. Enquanto na estante da casa dele eu via fotos de uma família feliz, exibia-se à minha frente, um cenário de solidão. Vou ficar velha, e sozinha sempre, porque ele nunca vai ficar comigo. Durante a minha vida, não terei companhia abundante, e a dúvida maior fechou a questão. Será que quando eu ficar mais velha como ele, ele vai me querer como me quer hoje.?
Foi então que comecei a me desprender, aos poucos, e mesmo de forma dolorida, deixei para trás esse amor. Continuamos amigos distantes. Ele foi ao meu casamento, e ficou na porta, olhando de forma triste.
Pois é Aline, às vezes temos que tomar algumas decisões importantes, sem olhar o agora, o hoje, com um olhar pragmático, olhar de forma simples e daí traçar um novo caminho a ser seguido, deixando de lado algumas emoções boas de viver.
Já contei essa história aqui, com mais poesia, é claro, mas acho que poesia não é o caso, já que me pediu uma resposta.
Espero ter ajudado, contando uma experiência tão pessoal.
Beijos de Valentina e continue lendo minhas histórias de amor e paixão.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui