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Cronicas-->Vida Subliminar -- 15/08/2001 - 00:00 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Abri os olhos bem devagar. Havia sonhado com imagens de pessoas queridas, que nunca mais havia visto, mas que continuam presentes em mim, indelevelmente. E pensei no extraordinário poder de viver pela memória e pelo pensamento. Um viver mais nostálgico em suas proporções macabras, mas nem por isso menos especial e verdadeiro.
Percorri a semi-escuridão do quarto, sem poder me fixar em nada mais que as figuras apenas delineadas mas tão fortes que se apresentaram em meu sonho. A minha impressão ainda sob a ação do subconsciente ativo é que tínhamos duas realidades e compreendi de forma diferente porque a razão de dizermos que as pessoas não morrem.
Refleti também no que estava sempre presente em mim: A intensidade com que caminhamos de forma diversa e peculiar, a energia que parece nos envolver com um vigor assustador, a certeza que pessoas queridas estão ali e conosco e a vida que subsiste em nosso sono como se fosse outra verdade.
Penso que são essas afirmações tão subjetivas que faz do dia a dia um exercício de sensações vívidas e por vezes incoerentes, de fascinação latente a explodir rápidas em certas ocasiões e momentos pelos quais passamos.
Ainda sob a ação do sono, imersa num sentimento misto de inconsciência e lucidez, almejava ficar ali, sem ser perturbada para que pudesse usufruir as visões guardadas em minha memória. Sabia que ao levantar-me tudo se eclipsaria num instante e na maioria das vezes sem deixar vestígios de suas lembranças.
Por isso fiquei. E fui submergindo como se pudesse tocar nas imagens que apareciam em minha mente. Naquela hora em que o movimento da casa e mesmo lá fora era quase inexistente senti como se fosse personagem do meu próprio sonho embora já estivesse acordada. E vivi em função das circunstàncias ilusórias daquele momento.
Era tão presente e palpável que parecia estar sob o efeito de uma alucinação. Tudo atuava em mim como se fosse real, mas eu sabia que não era e me deixava levar como se estivesse disposta a ver até onde poderia ir a imaginação e a fantasia. Partindo daí conclui com mais veemência que a convivência que tivemos com alguém jamais acaba porque ficará sempre muito viva em nossas lembranças proporcionando-nos instantes maravilhosamente relembrados.
O mais importante é a energia que flui, benéfica, deixando a certeza da presença não física, mas nem por isso menos evidente. E que atua de forma profunda trazendo-nos uma sensação de bem-estar poderoso e enriquecendo experiências vividas como se ainda fizesse parte do contexto de nossas vidas.
E essa sensação nos reconforta nas horas difíceis, impulsiona os momentos vibrantes e nos dão a confirmação de que os entes queridos continuarão a marcar os episódios de nossas vidas e enternecer-nos com seu amor, lembrando-nos sempre a convivência saudosa mas persistente.

Vània Moreira Diniz
www.vaniadiniz.pro.br

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