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Artigos-->Eu Só Queria Entender -- 08/03/2004 - 23:00 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eu Só Queria Entender

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Dizem, as más línguas, que este governo está mesmo dando o que falar. Aliás, o que mais este governo fez, até agora, foi usar a língua. No bom sentido. Mas não é para menos. O erro é de origem. Erro de fábricação. De controle de qualidade. Ou da propaganda do produto. Que se excedeu no marketing. E criou expectativas além das possibilidades de seu postulante. Compramos gato por lebre? Não sabemos. Mas o fato é que os fatos estão por aí. Basta observar.



Na política habitacional, por exemplo, o governo está construindo castelos de areia. Tudo em nome da metáfora, do aforismo e da parábola. Ditas em português mediano. Não em Turco ou em Aramaico, como possa parecer à primeira vista.



Há muita promessa e pouco programa. Aliás, pouquíssimos. E estes poucos ainda não decolaram. O Programa “Primeiro Emprego”, ainda não deu seu primeiro passo. Muita burocracia; no mal sentido, claro!



No meu tempo de primeiro emprego, as empresas exigiam requisitos básicos, como idade, sexo e escolaridade, dependendo da vaga a ser preenchida. Depois, aplicavam um teste e, após a seleção, encaminhavam os contratados para a área de treinamento e qualificação profissional. Estava quebrada a virgindade profissional. Mas hoje está tudo muito complicado. Há uma lista de pretendentes. Em ordem de classificação. Sem correlação entre o endereço e a proximidade do eventual local de trabalho. Uma das primeiras dificuldades. Demora na seleção, é outra dificuldade. O governo diz que está “estudando” uma maneira de “agilizar” os procedimentos. Quem viver, verá.



A economia, por seu turno, funciona a base de milagres. Todos rezam muito. Não sei se todos acreditam. Ou se têm fé suficiente. O fato é que milagre não acontece todo dia. E os que juram que os juros vão baixar, ainda que gradualmente, parecem que não entendem do riscado. Ou fazem que não entendem, para retardar o processo.



No campo da energia, essencial para permitir o desenvolvimento sustentado, não se vê a luz no final do túnel. Persiste o fantasma do apagão. Se falta chuva, a seca toma conta do sertão. E a culpa é da inflação. Se vem a chuva, a cheia desabriga o sertanejo. E o cidadão das grandes cidades, também. O prejuízo é geral. Não há tempo bom para o governo.



Faltam boas escolas. E falta educação. Pública, gratuita e de boa qualidade. Sobram vagas nas universidades privadas. Que o governo pretende preenchê-las: subsidiadas. Renúncia fiscal. Sem perguntar se haverá necessidade ou empregos para estes novos estudantes. No futuro. Mas isto é assunto para depois das próximas eleições.



E o Fome Zero? Será que ainda tem alguém vivo, esperando pelas três refeições/dia?



É. Como diria aquele adolescente: este governo é o bicho. Por falar em bicho, até hoje não colocaram os bingos nos “is”. Nem o jogo do bicho. E parece que o mais difícil, neste país, é instalar umas CPI. Fernandinhos, Silveirinhas e Waldmoros que o digam. Pois Zé. E assim caminha a humanidade. A Argentina, ano passado, cresceu 8%. Não paga sua dívida desde 2001. E nós, que estamos em dia, tivemos crescimento abaixo de zero. Não sei para que vale tanto aperto e tanta economia.



E as reformas. Em que pé andam? O que trouxeram de bom? Que eu saiba nada. Até o aumento dos servidores, que deveria ser em janeiro, não se fala mais nisso. Apesar de constar da Constituição.



Se eu sou chato? Pessimista? Pode ser. Mas não sou derrotista. Ainda acredito no país. Mas também não sei mentir.



08 de março de 2004













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