Não é deveras interessante a declaração de FHC dizendo "Precisamos investigar tudo mas sem perder o foco de que a crise é hoje. O que aconteceu no passado, no meu governo, é coisa da história"? Não é semelhante ao "o que eu falei no passado não interessa"? Aparentemente,sua reflexão está na linha da nova ciência, a irreversibilidade de Prigogine. Bem, nem tanto! Prigogine dizia que não dá para saber as condições de ontem, a equação de estado de um determinado sistema no passado, a partir de suas condições de hoje. Tudo muda, tudo é novo a cada instante, de forma que o presente não dá a situação do passado e nem garante a do futuro. Mas Prigogine não disse que eventuais documentos reveladores da situação anterior do sistema estudado deveriam ser desprezados por conta disso. A equação de corrupção de um setênio atrás não levaria à equação de corrupção de hoje, é certo, mas desprezar os arquivos de dados do passado é semelhante à queima de documentos antigos que os valerianos da vida fazem sem escrúpulo. Talvez fosse melhor que FHC estudasse mais a fundo as posições de Prigogine. Mas o que um sociólogo teria a aprender com um bioquímico, diriam os atiradores de pedra da sigla LHCO? O que significaria LHCO além das letras do meio terem a ver com seu mestre? Ora, qualquer reclamador da hora, pessimista de carteirinha, enganador de serviço público, sonegador emcimadomurista, malufista enrustido, conversador superficial e outros de semelhantes categorias saberia explicar ao dar seu grito de guerra: "Limpeza Hoje, Conivência com o Ontem"!!! |