Geraldo Peres Generoso (C4)*
Caro Poeta Benedito:
Pelo histórico de família, pelo meu lado paterno, temos raízes mineiras. O avô de meu pai, bem como meu avô, são oriundos da cidade mineira de Itajubá. O patriarca se chamava JOSÉ GENEROSO DA COSTA, que é o mesmo nome (real) de meu pai.
Nesta oportunidade, celebrando nosso congraçamento, para mim gratificante em contar com sua amizade, envio-lhe um outro poema.
Esta poesia foi classificada em Iº lugar num concurso da EDITORA TABA CULTULRAL - RJ- em 2001, na Coletânea "LETRAS DO NOVO MILÊNIO". Faço esta menção não para engrandecimento pessoal, mas já que foi bem recebida. Digamos assim, testada, pelo menos me dá a impressão de estar enviando ao meu bom amigo algo que passou pelo crivo de pessoas que entendem mais de poesia do que eu.
Um grande abraço e votos de Paz Profunda.
Geraldo Generoso
DUAS CASAS
Uma casinha no baixio da serra,
Cheia de frestas pelos vãos da porta,
Me vem à mente que da infância encerra
Uma saudade que o meu peito corta.
Dissera minha mãe: - por esta fresta,
Que nos trazia, do luar, o brilho,
Trouxe-te o céu como uma réstia,
E foi assim que te chamei "meu filho".
Deixei atrás a choupana esquecida
Em passo lento tomei outra estrada,
Pois queria outra casa e outra vida
Melhor que aquela que não tinha nada,
Com aquela porta tão desguarnecida.
Lá na grota esquecida e abandonada.
Foram duros caminhos, tantas quedas,
Antes, pois, que do chão se levantasse
A casa enorme em pedras sobre pedras
Fazendo inveja a quem aqui passasse.
Entendo o que vai nesse passante,
diante desta casa que o fascina,
também uma casa assim eu já quis antes
moderna, majestosa e grã-fina;
Além dos desembolsos na mantença
Deste casarão capitolino,
Eu pago caro esta saudade imensa
Daquela minha casa pobre de menino.
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