Geraldo Peres Generoso (C3)*
Prezado Escritor Benedito :
A minha genealogia, pelo lado paterno, vem do sobrenome COSTA. Aliás, meu nome para fazer jus ao convencionado pelos cartórios seria Geraldo Peres Costa.
Feita esta digressão, há algo que nos torna em comum, e talvez, num tempo que vai longe (ou perto) tenhamos tidos ancestrais comuns.
Estou no aguardo de seu livro que apreciarei com muita atenção e interesse.
Por oportuno, envio-lhe um poema de minha lavra que foi bem acolhido pela crítica e espero que vc também goste..
MUSA AUTÊNTICA
Ó musa, qual vinho antigo,
És a flor que viceja
Íntegra e completa,
Sejas tu, entre as mais, a predileta
De quem a corteja.
Como o teu poeta.
Qual rosa prestes a desgalhar-se,
Tens todas as cores da vida a alternar-se
Da luz e sombra feita em evidência.
Da roseira não és mero botão
A ensaiar para ser rosa um dia,
Trazes de muitos sóis lindo clarão
Somado aos luares na feição
De quem ama discreta e com consciência.
A musa, pra ser musa de verdade,
Precisa trazer impressa no semblante
Aquela aurora que a fez brilhante
E, em arremate, bela, nos encante
Com a luz suave que em seu rosto arde
No sereno fulgor de seu semblante
Como a luz suave do cair da tarde.
Carrega ela, talvez, ocultas magoas,
Ou mesmo até inevitáveis rugas
Como canais por onde as águas
Das lágrimas da vida ou verdugas
Desilusões marcaram-lhe a vivência;
Ainda assim a musa é meiga e terna
A espelhar a reavida inocência
Como espelho completo da existência,
Como flor inteira de beleza eterna.
Geraldo Peres Generoso - Ipaussu, em dezembro de 2003
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