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Artigos-->Les EnfanTerribles/ DIOGO MAINARDES -- 01/03/2004 - 04:25 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ah... Les enfants terribles! Parecem eternos expatriados, garotos protegidos e bem nutridos observando com nariz colado à grade, o brincar de garotos, estes terríveis quebradores de vidraças e ágeis fugas.. Menino de rua não é afrancesado... é tristemente terrível mesmo e usará como resposta às mazelas sociais, armas mais destruidoras que a palavra inconseqüente, infelizmente, mas mais compreensível.

Se, pobres rebentos de classe média de A a C, les enfants terribles, filhos de pai rígido guardador de suculenta moral, em especial a da mãe santa, cereal cru a ser ciscada para as bordas do prato de sopa, magra e satifatoriamente amendrontada. Olhos de pai voltados para a bunda da lavadeira esporádica das quartas-feiras. Olhos de filho desviantes que, a se perder de si, consagrará futuramente o olhar paterno, pelo medo, consistentência única em ideais fracos.

Se ricos, trancados em colégios para a formação de dirigentes do status quo, como se escolhidos pudessem ser em tal determinismo, onde sempre mijaram na calça, diante da transgressão mínima descoberta, olhos baixos, inteligência que brilha, alma ferida.

Alguns, criados ou co- criados pelas tias solteironas, no chá do bordado com recital de piano o pobre garoto tecla vacilante, "Le Lac de Cômme " E, aplaudido e amassado nas bochechas, escuta o invariável: " que graça, não é o gênio do tio Adolfo?"

Parece que jamais lutaram pelas causas juvenis,a não ser às muito restritas ao conflito das gerações cotidianamente presentes.

Adultos, amargarão as causas juvenis que lhes foram roubadas ou sutilmente omitidas. .

É assim que vejo o Senhor Mainardi... Leio-o na Veja semanalmente e divirto-me com o óbvio rebuscado. Como quaisquer enfants terribles, descreve, não cria, acha imagens pitorescas, mas velhas e tenta dar um tom de senso de humor, que seria interessante , não fosse a baba corrosiva que destrói-lhe o final do pensamento. Inconclusivo, não pelos espirais da dúvida crescente e analítica, mas pelo patético" acabou a piada"... E daí, explico-se de novo? Uma balbúrdia de idéias , semelhante à do querido, Paulo Francis que uma vez acariciado pela crítica adocicou-se e se afogou na carência do mel, perdendo o que de melhor tinha, embora penduricalho e não jóia, a graça da incoerência bem estruturada.E, confesso, chorei na morte do Francis, embora Joãozinho Trinta tenha dito frases mais inteligentes, no geral.

Que o Diogo Mainardes não perca isto. Que continue a morar encastelado em seu luxo italiano, sem se saber de lá ou de cá, expatriado de si...Dizendo as mesmas incoerências refinadas, que tanto divertem aos que exigem um pouco mais do que a obviedade do reflexo de seus pensamentos simplistas, "escritos na revista", ou, " deu no jornal"

Jamais li algo original deste "renomado , pontual e positivista ( por favor, estou referindo-me ao positivismo como escola de pensamento, cujo nome mais citado é o de Comte e não ao poder do pensamento positivo, cujo nome mais citado é o do meu conterrãneo , Olair Ribeiro)

Com todo respeito, não fosse a arte requintada de Proust, seria como a descrição rococó, da torre da Igreja do seu povoado em "Os Caminhos de Swan

Quem mora onde eu moro, no Vale do Jequitinhonha, não debocha das poucas e raras instituições sérias que temos ou melhor, que nos sobram, pois que estas são o espaço de formação de nossas identidades, onde não nos afirmaremos pelo externo, pelo que não somos, mas pelo que conquistamos de nosso; instituições que vão da família à arte, passando por campos estrelares vários. .

Pouco importa gostar ou não de Drumomnd, ou se papai dizia que ele também não gostava.... " e pronto"

Cabe-nos pedir licença para uma discussão séria sobre o que resta da nossa cultura da qual Drumond faz parte, tal qual Guimarães Rosa ou Euclides da Cunha, que quase ninguém leu... mas estará "relendo em breve, como diz Morávia, em " Porque Reler os Clássicos"... Porque????... Porque não foram lidos.

Tom Jobim dizia que, para se sobreviver de arte no Brasil tem que se escrever uma obra prima por semana, enquanto em países com raízes culturais sedimentadas, dois únicos blues, segurariam a vida de David Brubeck, para sempre.

.Bom, seremos canibais?... Ora, ora... Quem sabe não está aí a chave do repeito? Reverências ao canabalismo , se esta é cultura que nos resta.

Estes escritos referem-se ao jornalistas citado, apenas.



http://www.elanetomich.com.br

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