Doroty sentia que aqueles eram seus últimos dias como lagarta. Por isso resolveu aproveitar. Foi para o jardim e brincou até cansar. Escorregou pelas folhas, subiu nas árvores, rolou pela grama e quando se cansou procurou uma folha larga para descansar. Dormia tranqüila quando ouviu um choro de bebê. Olhou pelo canto do olho e viu que a criança tinha se assustado com a sua presença.
Doroty ficou triste e pensou: eu vou voltar e dar muitas alegrias para esse bebezinho.
Ela saiu a procura de um lugar seguro, onde pudesse construir o seu casulo.
O processo de transformação foi lento e tranqüilo. Agora Doroty era uma linda borboleta. Logo ela começou a planejar uma forma de alegrar João. Saiu voando procurando a casa do seu futuro amigo. Procurou, procurou, procurou, até que encontrou. Encontrou a casa mas não viu o bebê. Voltou no dia seguinte, no outro dia e no outro, até um dia viu a mãe de João colocando-o para tomar o sol da manhã. Ela começou a brincar com João. Passava voando perto do carrinho dele, virava cambalhota no ar, abria bem as asas para que o seu amigo pudesse ver as belas cores. Pousava no braço do carro e algumas vezes se deixava acariciar pela mãozinha do seu amigo. João já tinha visto outras borboletas, mas nenhuma passava tão próximo quanto aquela. Logo ele também começou a brincar com sua amiga. João sorria feliz observando os malabarismos de Doroty. Todas as manhãs era a mesma coisa. João vinha tomar sol e Doroty vinha brincar. Quando sua mãe esquecia de trazê-lo para fora, João dava um jeito de chamar-lhe a atenção. Começava a chorar e logo a mamãe desconfiava que ele queria ir para a varanda. E foi assim que Doroty, a lagarta que um dia tinha assustado João, voltou para cumprir o seu plano de trazer alegrias ao pequeno bebê. E foram felizes para sempre