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Cartas-->Bronca* -- 18/09/2014 - 15:12 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Bronca*


Eu tinha aula de Fisiologia na escola de medicina logo após a semana da Pátria.


Como a maioria dos alunos havia viajado, aproveitando o
feriado prolongado, todos estavam ansiosos por contar as novidades aos colegas. A excitação era geral.


Velho professor entrou na sala e, imediatamente, percebeu
que iria ter trabalho para conseguir silêncio. Com grande dose de paciência, tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada!


Com certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio, educadamente. Não adiantou. Ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.


Foi aí que o mestre perdeu a paciência e deu a
maior bronca que eu já presenciei. Veja que o ele disse:


- Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez!


Disse isso, levantando a voz. Após o que silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala, e o professor continuou:

- Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma.


Em todos esses anos, observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; somente cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa
para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem tão só para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.


O interessante é que esta porcentagem vale para todo o
mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e posso generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.


É uma pena muito grande não termos como separar esses 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo ter investido nos melhores.


Infelizmente, não há como saber quais de vocês são esses alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.


Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá.


Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.


Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso.


Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma
teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal, quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?


Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas da bronca do professor eu nunca mais me esqueci.


Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida.


De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%; todavia, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.


Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fizermos, se não tentarmos fazer tudo da melhor maneira possível, seguramente sobraremos na turma do resto.


* Recebida, por e-mail, em 13/09/2004, do amigo Antônio Francisco da Silva Filho.
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