Meus calcanhares são iscas de abismos,
Esfinges sombrias
E raízes do medo,
Escondidos em máscaras de sorrisos
Que me cercam por todos os lados.
Respiro a fumaça do ódio
Pra sonhar com campos e jardins floridos
E não ver que por dentro da alma,
Deitada em seu cadafalso,
Habita a criança chorando.
Talho meu corpo com marcas profundas,
Rangendo as angústias da vida,
Sopro a poeira dos olhos,
Desvendando assim a hipócrita serpente
Que habita por de trás das palavras de amor.
Que se encha então meu pulmão de cólera,
Pois não tenho medo de pensar ou morrer,
Sei apenas que não venderei minha alma
Para o limite do tempo,
Que não vai me conter.
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