O POVO DO QUANDO
Famintos, sonâmbulos, sedentos.
Seus deuses haviam tornado-se
meras estatuetas de barro.
A fé estava empoeirada,
esquecida.
A esperança desse povo era
representada por dragões fartos e
inatingíveis como o pensamento.
Caminhavam, vegetavam,
mas tinham uma finalidade,
uma meta: conseguir a paz e
o amor que todos os seres
procuram e que tanto merecem.
O além Jordão demorava.;
a terra prometida era uma grande
utopia, um sonho.
Sozinhos, engaiolados, unidos.;
todos os sacrifícios eram válidos.
Ansiosos sonhavam acordados,
sonhavam com o quando,
quando das alegrias, da consciência,
da liberdade, do pão, dos tempos que
nunca existiram,
a não ser na imaginação.
O quando do ser não objeto,
do respeito mútuo,
o quando do mundo melhor...
Ricardo Marques. |