Admiro os que escrevem, sobretudo aqueles que o fazem para dizer ao mundo o que pensam ou sentem com clareza. Esses, sim, são os bons. Mas eu talvez só escreva pela necessidade de prolongar meus pequenos dedos além das mãos e de permitir que meu pensamento transcenda meu corpo. Afinal escrever também serve para ignorar distâncias, criar mundos imaginários, dizer loucuras que talvez eu nem pronunciasse com a boca, falar com o vento ou se comunicar com os pássaros. Escrever é o que temos para hoje quando ainda não conseguimos nos comunicar com os outros através de telepatia. Ultimamente só escrevo cartas para ninguém e por terem como destinatários o desconhecido elas são de todo mundo.