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Cronicas-->A CRÓNICA DESTA TARDE -- 08/11/2023 - 21:28 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A CRÔNICA DESTA TARDE



Jan Muá



8 de novembro de 2023



 



Saí para a rua para fazer minha caminhada. Ainda incerto no rumo, decidi caminhar em plano de observação.Como cenas mais imediatas, a velocidade dos carros na L-2 e, depois, o conjunto de máquinas da Academia pública de ginástica colocado à disposição da população do DF pelo governo do Distrito Federal. Não podemos deixar de dizer que isto é um privilégio típico de Brasília que muitas cidades famosas do mundo não têm. Maneiras públicas e práticas para o cidadão de qualquer classe praticar sua educação física individual.



Para que tudo corresse bem, meus olhos combinaram comigo como iria ser a observação na caminhada de hoje. Era o horário do fim de tarde, o horário próprio para os cachorros saírem de suas tocas domésticas e virem para a rua para aspergir, com sua perícia canina, os troncos e e as plantas dos jardins. Com grande sentido de organização,  meus olhos combinaram comigo fazermos uma agenda básica que serviria de roteiro para a observação. Começamos então a programar de verdade os ambientes em forma de janelas que nos dariam oficialmente pontos de observação. Prontos, assim que a comissão das caminhadas deu sinal verde para a gente, começamos a elaborar a crônica que seria produzida em plena caminhada. Sendo assim, abriu-se a primeira janela. E para onde é que ela apontava? Apontava para a Pista. No caso, para a L-2. Para os olhos, havia ali a intensa movimentação dos carros e dos transeuntes, apressados em alcançar os pontos dos ônibus para a Rodoviária do Plano Piloto.  A janela número dois nos colocou frente a um grupo de gigantescas árvores amazônicas de troncos enormes. Nossos olhos se firmaram aqui estupefatos e a crônica pegou desses troncos uma imagem assombrosa de grandes exemplares plantados nas quadras de Brasília. Abrindo a janela 3, vimos que caminhava esguia, de vestido longo, uma mademoiselle, alta e solitária,  que, em seu passo natural, demandava sua residência ali nas cercanias.  A quarta janela deu-nos uma variação de qualidade. Mostrava um edifício raiado e colorido de uma das mais distintas instituições do Brasil. Mostrava o prédio da Grande Loja do Oriente do DF, o que, traduzido em termos mais acessíveis, significa que estávamos diante do prédio da Maçonaria. Continuando nossa caminhada, abrimos a janela 5. O que é que ela nos mostrava? Um panorama fantástico. O horizonte ígneo de um pôr do sol que ficava situado entre o real e o poético. De tão belo, deu vontade ao cronista de ficar ali suspenso  e hipnotizado, bendizendo as maravilhas da Natureza. Mas tinha a tarefa de caminhar. E foi aberta a sexta janela. Uma janela diferente e toda especial. Estávamos frente a uma planta. A famosa planta Ora pro nobis. É uma planta rústica, folhosa, com grande ação anti-oxidante. Contém vitaminas A e C, é rica em fibras e sais minerais. E tem muitos benefícios para a saúde. Parei e pedi icença à mãe-planta para desprender uma folha, o que me permitiu trazê-la para casa a fim de me ajudar a fazer esta crônica. A caminhada continuou, e, ao abrir a sétima janela, me deparei com um banco de cimento, assentado em bases firmes, debaixo de uma copa de frondosa árvore. A janela oito me mostrou um chão avermelhado sinal da presença do fruto sujão já pisado dessa árvore frondosa, mas lá fui andando e ao abrir a janela 9 o clima era mais suave. Foi-me apresentada uma elegante e jovem pitangueira com algumas pitangas já vermelhinhas e amadureidas. Pedi licença e colhi duas delas que confortaram meu estômago em convívio com a natureza. Depois da pintangueira, e já quase em clima doméstico, parei diante da imagem que a décima janela me mostrava. Uma imagem que me deixou estupefato. Eram cinco troncos altos e jovens de cinco palmeiras enfeitando as cercanias de um dos prédios da quadra. Aquele espetáculo me marcou. Olhei-os dos pés até à copa. Todos belos, todos lindos, todos oferecendo um espetáculo apoteótico bem merecido para encerrar esta crônica, que é, em parte, urbana, mas muito mais rústica e natural, pelos elementos vivos que se dispuseram a ajudar a compor o espetáculo que brindaram meus olhos.



Jan Muá



8 de novembro de 2023


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