Hoje, eu encontrei Cecília!
Ela estava mais próxima de mim... Não era mais, apenas, aquele nome conhecido pelas suas obras... Não era, apenas, a mãe daquela atriz que aprecio... Não era uma personagem misteriosa vivida antes da minha maturidade...
Não era, tão somente, aquele sorriso doce e simpático que se estampa na capa deste livro que tenho nas mãos. Não! Cecília não era uma ou outra impressão que tinha passado pelas minhas mãos distraídas. Já não era, apenas, aquele nome estampado em uma fachada de um prédio antigo na Lapa do Rio de Janeiro.
Éramos muito íntimas, pelo menos para mim, a sua pessoa e seu nome eram.
Mas, não éramos tão próximas...
Nesse dias, porém, nessa paisagem bucólica desse pedaço maravilhoso da natureza que conhecemos por Campos do Jordão, nós nos encontramos mais de perto.
Essa data vai ficar marcada no tempo para mim: março de 1987!
Entre o silêncio das montanhas, nos bosques de Araucárias, sob este céu azul e a brisa fresca que nos vem dos tempos, eu encontrei Cecília!
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E ela me falava, entre sorrisos, aquelas coisas que eu também sentia, também procurava, também queria... Que eu também sonhava!...
Deixei-a falar... De seu tempo, de suas visões, seus anseios e recordações. Ouví-a nas suas esperanças e saudades... Sentia o seu calor humano, a grandeza de suas observações sobre as coisas mais simples do dia-a-dia.
E Cecília me falou, sorrindo, de seus amigos, de seus passeios, de seus vizinhos... De sua cidade, de sua época... Falou de sua alma sentimental...
Cantou o silêncio... A natureza... Cantou a vida!...
Comparou, de maneira simples e inteligente, as nossas apreensões e nossos anseios... O dia-a-dia e a eternidade... O nosso mundo e o verdadeiro mundo!
E foi me levando por entre o verde e o azul a passeios mágicos, perfumados de eucalíptos e pinheiros, por sobre as nuvens, plainando pelo nosso sonho!
De mãos dadas, eu e Cecília nos esgarçamos pelos céus, fluídicas, por sobre estas serras que amamos, vagando com o vento para a eternidade e o Criador!
Hoje eu encontrei Cecília... Não o mito, mas a mulher... A poetisa!...
L.Stella
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