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Textos_Religiosos-->O DOMINGO DE PENTECOSTES -- 29/05/2009 - 18:30 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O DOMINGO DE PENTECOSTES

DIÁRIO ABERTO DE PADRE MÁRIO
________________________________________

2009 MAIO 29

Este ano de 2009, a chamada festa do Pentecostes da Igreja católica - atenção!, embora a raiz da palavra seja a mesma, não é do "penta" do Futebol dos milhões que se trata! - acontece em pleno coração da campanha eleitoral para as eleições europeias, espectáculo mais que indecoroso, mórbido, demencial, infantil, absurdo, que o Poder Político, intrinsecamente assassino da Política e dos Povos, ciclicamente realiza perante eles, para, desse modo, os impedir, geração após geração, de serem Povos Políticos, sujeitos, protagonistas, senhores dos seus próprios destinos. Os textos que servem de base à liturgia da festa calendarizada para este domingo, 30 de Maio, precisamente, uma semana antes das eleições europeias, são os que o Missal Romano impõe todos os anos, porque, como se sabe, na Igreja católica, a festa do Pentecostes é todos os anos, do mesmo modo que é todos os anos a festa do natal, a festa da Páscoa, a festa da Ascensão. Por aqui se vê que tudo na Igreja católica é faz-de-conta, puro rito, puro ritual, mera cerimónia, pura encenação teatral litúrgica, por sinal, quase sempre de muito mau gosto, se bem que, uma vez por outra, lá calha de aparecer, aqui e ali, um pároco ou um reitor de igreja ou santuário com mais jeito para essa actividade cénica e dê ao espectáculo litúrgico um certo toque de arte e de menos mau gosto, ainda que o Espírito, o de Jesus, continue, mesmo nesses sítios, de todo ausente. É que se há Subversão e Insurreição Políticas na História da Humanidade, essas são as que o Espírito, o de Jesus, está continuamente a fazer Acontecer, lá onde encontra corpos que se deixem habitar por Ele e se deixem conduzir por Ele. Ninguém, até hoje, foi um corpo humano plenamente assim, a não ser Jesus, o de Nazaré. Por isso, o mataram em três tempos na Cruz do Império, tão incompatível se revelou o seu ser-viver com o ser-viver desse mesmo Império, com o ser-viver do Templo e, sobretudo, com o ser-viver do único Deus do Império e do Templo, o Senhor Deus-Dinheiro. Em Jesus, o Pentecostes nunca foi uma festa anual, muito menos, um rito no templo e nas sinagogas, um ritual, uma encenação. Em Jesus, o Pentecostes foi todo o seu ser-viver politicamente entregue, como Pão Partido e Repartido e como Vinho Derramado que se deu a comer e a beber aos Povos do Mundo e às Vítimas do Império, do Templo e do Senhor Deus-Dinheiro - a Eucaristia é o prosseguir, em cada tempo e lugar, este mesmo ser-viver de Jesus - para que os Povos e as Vítimas vivam, não apenas de tempos a tempos, mas de forma permanente, politicamente levantados, como um exército em linha de batalha, armados apenas com a sua fome e a sua sede de Justiça, de Pão, de Liberdade, de Dignidade Humana. Festa anual /ritual de Pentecostes, já havia no tempo e no país de Jesus, cinquenta dias - daqui o facto dela se chamar Pentecostes - depois da festa anual /ritual da Páscoa. Mas Jesus, o camponês-artesão de Nazaré, aldeia da politicamente rebelde Galileia, nunca foi naquele-faz-de-conta, sempre subverteu essa festa ritual de calendário, sempre se levantou contra toda aquela Hipocrisia e toda aquela Mentira institucionais. O seu ser-viver de Homem habitado e guiado pelo Espírito Criador e Libertador de Deus, que abria os olhos da mente aos povos e às vítimas, tolhidos, tolhidas, do nascer ao morrer, pelo Medo, pela Lei de Moisés, pela Religião, pelo Império romano e pelos seus respectivos chefes, a saber, os sumos sacerdotes, os doutores da Lei, os escribas, os fariseus, os soldados romanos que ocupavam militarmente o país, foi um continuado Pentecostes vivo, por isso, um ser-viver de contínua Subversão e de contínua Insurreição política e social desarmada. O extracto do Evangelho de João (20, 19-23), que será lido este domingo nas missas das paróquias católicas e nas catedrais dos bispos residenciais é para esse ser-viver de Jesus que nos remete. Só que, devido àquela cegueira que as rotinas eclesiásticas causam às populações que frequentam as missas de domingo e mesmo nas outras que já as não frequentam, mas ainda consentem que as suas filhas, os seus filhos menores as frequentem, não chegam a dar por nada. São populações em tudo semelhantes às do tempo e do país de Jesus, que nem vêem, nem ouvem, nem falam, nem agem. Continuam a ser, neste século XXI, populações tolhidas, do nascer ao morrer, pelo Medo, pela Lei Eclesiástica, pela Letra da Bíblia, pela Religião católica romana, pelas Testemunhas de Jeová, pelos mercenários disfraçados de pastores de igrejas, pelo Poder Político, pela Idolatria da senhora ou deusa de Fátima, e, sobretudo, pela Idolatria do Senhor Deus-Dinheiro, do qual acham que dependem inteiramente e, por isso, contra o qual nunca se levantam, nunca se rebelam, nunca se insurgem, muito menos, se rebelam, insurgem, levantam contra as Transnacionais dele, apesar delas lhes comerem a identidade e lhes sugarem o sangue, contra os clérigos-párocos que as dominam na consciência e as exploram, contra os mercenários do Poder Político executivo e opositor ao executivo, todos cheios de privilégios sem conta e chorudos salários, e qual deles o mais mentiroso, o mais corrupto, o mais hipócrita, o mais vampiro. O extracto do Evangelho começa por nos revelar e aos Povos do Mundo que, no início, até as discípulas, os discípulos de Jesus, tempos depois da Morte Crucificada dele, que foi simultaneamente a Ressurreição dele, permaneciam num lugar /templo de portas fechadas, "com medo dos chefes judeus". É exactamente assim que, ainda hoje, dois mil anos depois, se encontram as populações do país, da Europa e do resto do Mundo. De portas sempre trancadas. Com medo. Medo dos chefes, dos que se arrogam o direito de mandar nelas, porque elas continuam infantilizadas e não há maneira de dispensarem os tutores, os clérigos e os outros. Nunca terão pensado nisso, mas a verdade é que até os templos ou igrejas paroquiais e as catedrais são locais assim. Locais de medo. De Terror. De portas sempre trancadas. Mesmo que, por umas horas, elas estejam abertas, é como se permanecessem fechadas. Jesus e o seu Espírito não estão nunca lá. Não chegam nunca a entrar lá. Onde está o clérigo a comandar, o Poder eclesiástico a dominar, nunca está Jesus, muito menos, o seu Espírito. Porque, se, alguma vez o Espírito de Jesus conseguir ter voz e vez nesses locais, presididos /dominados /controlados por clérigos eclesiásticos ou para-clérigos eclesiásticos, é de imediato rotulado de político, de subversivo, de eclesiasticamente incorrecto, de perturbador do culto, de agitador de mentes e de consciências, de perigoso libertário e comunista, de infiltrado, e irremediavelmente expulso de lá, para que as Rotinas, os Ritos, o Faz-de-conta-dominical, com os Negócios sagrados, possam prosseguir, domingo após domingo, tudo muito ordenado, organizado, tudo muito previsível, tudo muito morto como num cemitério de cadáveres que ainda se movem e repetem sempre os mesmos sons (nem palavras chegam a ser!), Eu pecador me confesso, Glória a Deus nas alturas, O senhor esteja convosco, Ele está no meio de nós, Creio em um só deus, pai todo-poderoso, Senhor, eu não sou digno de que entreis na minha morada, O corpo de Cristo, Amen, Ide em paz e o senhor vos acompanhe, Amen! Entrasse lá Jesus Ressuscitado, com as marcas do Crucificado na Cruz do Império - há lá Memória mais politicamente subversiva, insurreccional, libertária e perigosa que a de Jesus Ressuscitado com as marcas do Crucificado na Cruz do Império?! - e logo aqueles locais de culto e de rotinas eclesiásticas desabavam como um baralho de cartas. A Treva que ali se cultiva não suportaria tanta Luz. Esses locais desabariam. E nunca mais voltariam a ser erguidos. E, se, depois, Jesus Ressuscitado com as marcas da Cruz do Império, ainda por cima também soprasse sobre as populações que, para seu mal, ainda continuam a frequentar esses locais de alienação e de rotinas eclesiásticas, e, com esse seu Sopro, despertasse dentro delas, como uma fonte que rebenta e passa a jorrar água dia e noite, o mesmo Sopro, logo ali se levantava um Povo em linha de batalha, armado com a fome e a sede de Justiça, de Verdade, de Pão, de Liberdade, de Maioridade, e o Mundo dos Eclesiásticos /Clérigos, dos Poderosos Políticos, dos do Senhor Deus Dinheiro entrava inevitavelmente em colapso. Todas as suas Torres Gémeas desabariam. Nasceria uma Ordem Mundial outra, intrinsecamente decente, humana, afectiva, igualitária, libertária, sororal /fraternal. Pois bem, é para aqui que aponta e avança o Sopro, ou Espírito de Jesus Ressuscitado com as marcas do Crucificado na Cruz do Império. As Igrejas dos clérigos, dos párocos, dos bispos residenciais, do Poder eclesiástico, dos mercenários disfarçados de pastores, estão aí para impedir que, alguma vez, o ser-viver das pessoas e dos povos do Mundo seja um ser-viver assim, resultante do Sopro ou Espírito de Jesus. Do que as Igrejas-empresas-de-serviços-religiosos-altamente-rentáveis, hoje, têm mais medo, é de pessoas e de povos cujo ser-viver na História seja assim como o ser-viver de Jesus. Por isso, enquanto elas estiverem aí com os seus clérigos e com as suas paróquias territoriais, com os seus mercenários disfarçados de pastores e as suas Rotinas eclesiásticas, não há Pentecostes vivo. E os Povos prosseguirão subjugados, tolhidos, do nascer ao morrer, sem nunca terem chegado a provar a libertação para a liberdade. E só não está tudo perdido, porque, felizmente, os clérigos estão hoje em vias de extinção, os mercenários disfarçados de pastores de igreja começam a ser desmascarados e a ter a Polícia Judiciária à perna e, sobretudo, há, aqui e ali, sem que a grande sociedade dê por isso, aqueles dois ou três que reúnem e vivem reunidos em nome e em memória de Jesus, para serem outros Jesus, agora, à século XXI. São estes pequenos restos que perdem o Medo, habitados que se descobrem pelo mesmo Espírito de Jesus, o Ressuscitado com as marcas do Crucificado na Cruz do Império, e que, de templos e de ritos não sabem nada, sabem apenas do ser-viver de Jesus, que garantem Futuro Humano ao nosso Presente tão Inumano. Na sua fragilidade e na sua Liberdade desarmada, procuram prosseguir, aqui e agora, o ser-viver de Jesus, com todas as consequências que lhes pode trazer, como, em seu tempo e em seu país, trouxe ao próprio Jesus. Porque os que odiaram Jesus e o mataram na Cruz do Império continuam aí a odiar e a matar /ostracizar as suas discípulas, os seus discípulos. "Sereis expulsos - avisa Jesus - das sinagogas [= paróquias]; há-de chegar mesmo a hora em que quem vos matar julgará que presta um serviço a Deus! E farão isto, por não terem conhecido nem o Pai, nem a mim" (João 16, 2-3). A única coisa que conhecem é o Senhor Deus-Dinheiro (e a sua Idolatria), do qual são os seus dois braços, os das Religiões, o braço direito, os do Poder Político executivo e opositor ao executivo, o braço esquerdo. Dia 7 de Junho, não fique em casa. Vote. Não para que os do Poder à direita e à esquerda prossigam nos seus Privilégios e na sua Idolatria. Vote com protesto escrito no próprio boletim de voto. Para que, em lugar do Poder Político, aconteça finalmente a Política que o Poder Político não tem deixado que Aconteça, porque sabe muito bem que a Política Praticada é a sua extinção pura e simples. E isso, nunca eles consentirão! Só mesmo a fome e a sede de Justiça, de Pão, de Liberdade, de Protagonismo Político dos Povos desarmados os obrigará a sair do poleiro que nunca deveria ter existido. Povos Políticos e sempre em estado de alerta, obviamente!

Nota: Se quiserem comentar, façam-no por e-mail para padremario@sapo.pt

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PADRE MÁRIO DE MACIEIRA DA LIXA




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