É noite!
Os ruídos característicos do horário... Gotas de chuva explodem surdas e tranquilas, ora sobre o telhado, a folhagem, uma poça de água... Sons diversos, distintos... E, deles, vai se destacando a melodia de Debussy, integrando essa atmosfera lenta, evocando o silêncio maior que vai descendo... descendo...
Sonhar!... A noite foi feita para sonhar... E repousar...
Tudo aquilo que foi o dia é passado, vivido... Um trabalho mental e normal...
Chove!... A noite chove!... E essa água lava a terra, o cansaço... Os problemas... As incertezas...
A chuva lava... e leva!... A vida vai se acalmando. A mansa chuva entoa sua canção fecunda e harmoniosa, ritmada e generosa!...
Somos folhas despetaladas de uma flor singela que brilharam alvoroçadas à luz do sol, fremindo de pressa e ansiedade, querendo, não apenas a beleza de suas presenças, mas, a firmeza de sua vibração...
Se olharmos à nossa volta, quão imenso é o jardim, quão vasto o campo, prado, montanhas, matas, florestas... As àguas dos lagos, rios, cascatas... O oceano imenso... Um sem fim de vidas que brotam, germinam, medram, seguindo o ciclo natural da vida!...
Nosso jardineiro sempre o mesmo! Com igual atenção olha para cada um... Sente, ajuda, ampara, protege, abriga das intempéries visando a colheita, a safra, a abundância, a beleza, a sensibilidade despertada, colorida, admirada... Pois nada que viva àcima do nível do mar, sob o céu imenso e, mesmo no fundo dos oceanos, pode, sequer, desmerecer o espaço que ocupa!
Esta vibração de vida é canção pulsando e, em ondas, seguindo... Espalhando-se sempre... Até o infinito!...
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