E AGORA, JOSÉ?
(por Domingos Oliveira Medeiros)
A festa acabou, o governo comemorando, a luz apagou, a noite esfriou, as eleições chegando; tudo de novo começando; e agora, José? Candidaturas nas ruas, você que é sem nome, que segue sozinho, no escuro do mato, montado à cavalo, fugindo a galope, sequer acredita, no que vão falando; que a serra é comprida, que nunca se chega, sem a voz do fulano, que estão falando;e a reeleição? Vai tentar desta vez? Ou mais não? Com tanta falação? E você segue a marcha, José! Para onde? Para o mundo, vasto mundo, pois não te chamas Raimundo; nem meu nome eu mais sei. Me chamam de Zé.
Mas vasto é teu coração, de menino, de garotinho, que bate forte como as pedras, pedras que não são poucas, pedras que estão no caminho. Rosas e rosinhas. Com flores e espinhos. Mas será o Benedito? Ou a Benedita? Mas não te iludas um momento, pois no caminho ainda há muitas pedras; e tem água parada também, no rio. Neste rio de janeiro a fevereiro. Neste rio de Carnaval o ano inteiro. Principalmente, época onde a doença habita, e já matou muita gente; o tal do mosquito, trazendo a dengue de volta, para dentro dos jornais, também são pedras no caminho, assim como as notícias matinais.
Só não podes é ser um governo vencido, um pouco esquecido, tal qual o prazo de validade de muito remédio caduco. Nem precisa ser original, que é mais caro, mais oneroso; e nem similar a este, deste governo, que já sai bastante desgastado, que imitou receita estrangeira, sem apresentar resultado. Basta ser genérico, o mais barato e tão bom quanto o original. Para fazer o bem, na economia e no social. O Brasil é o país do futuro, mas começa pelo presente.
E para seguir em frente, tem que explicar a essa gente, os dez milhões de empregos. E a questão da violência. Que não basta o ministério. É preciso paciência. Pois o crime segue em frente. Está sempre se organizando. E o s culpados todos sabem. Um deles é o nome que a CPI apontar. Tá na boca da gente. Adivinha quem será? Só não pode ser o presidente. Deste ou daquele partido. Como tem Zé lá na Paraíba!....Ninguém, por certo, é tão atrevido!....
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