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Cronicas-->Perda do brilho -- 23/12/2022 - 08:46 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Perda do brilho

Adilton Arão de Medeiros

      Nasceu em uma família de oito irmãos. Foi o penúltimo do clã. Desde novo se destacava na família por ser um menino bonito, estudioso e educado. Aos quatorze anos saiu de casa para estudar na capital do Estado. Sempre aplicado aos estudos e como muita vontade de ganhar seu próprio dinheiro, aos dezessete anos já trabalhava com carteira assinada.

     Sempre que estava junto à família e aos amigos era destaque, seja pela admiração, bom papo ou apenas por ter brilho próprio.

     O menino cresceu e nunca mais morou na cidade natal. Foi trabalhar em outa cidade e após um namoro repleto de paixão e brigas casou-se, ainda muito jovem. Deste casamento nasceram dois filhos, os quais continuaram a idolatrar e admirar o seu progenitor, por ser um exemplo de seriedade a ser seguido ou apenas por ter aquela luz própria.

     Com mais de quinze anos de casamento a relação acabou, tornando-o um homem triste e frustrado.  Foi o primeiro da família a encerrar um casamento por opção. Isso o fazia sentir-se um pouco deslocado junto aos seus familiares.

     Após um tempo solteiro conheceu uma outra pessoa e pensou em recuperar sua autoestima e sua alegria de viver. Sua vida melhorou muito até ter um desentendimento muito sério com sua filha. Ele nutria por essa filha um grande e incontestável amor e era muito admirado pela mesma. Devido à esta ruptura com a filha sua família o considerou culpado pelo fim do relacionamento a sua, até então amada, filha.

     Todos na família começaram a lhe tratar com indiferença. As visitas que fazia periodicamente a seu pai tornaram-se menos frequentes, pois começou a não se sentir muito à vontade na casa onde passou sua infância.

     Pessoas, que até então, contavam com sua ajuda, amizade e companheirismo, passaram a lhe tratar com apatia e deixando-o de lado de muitos programas antes realizados juntos.

     Sua nova família também notou a indiferença que todos começaram a tratar-lhes. Mesmo assim não deixou de visitar seu pai, pois de todos, foi o que menos mudou.

     Sua vida financeira nunca foi muito boa, pois além das despesas do lar tem que pagar religiosamente a faculdade da filha, que o colocou na justiça para ter esse direito.

     Possui muitos sonhos, porém como quase todos os sonhos necessitam de valores monetários para que se possam realizar, vai deixando-os de lado, procurando apenas sobreviver, sem ter muito que esperar da vida.

     Possui uma jornada de trabalho de cerca de 15 horas diárias, mais duas de trajetos, restando apenas sete horas diárias para descansar (dormir) e ter a companhia de sua esposa e novas filhas. Já ia esquecendo de citar que no seu novo relacionamento herdou duas novas filhas que, ainda, o tem como exemplo e lhe dedicam amor.

     Hoje com quase cinquenta anos tornou-se um homem triste, mas ainda com esperança de um dia ser reconhecido por sua família com uma vítima e não um culpado do ocorrido.

     Espera, quem sabe um dia, não ter que se humilhar para correr atrás de dinheiro para tentar realizar alguns de seus sonhos.

     Acredita, também, que sua filha, possa pedir desculpas a ele e também a sua nova família, para que antes de morrer, viva em harmonia.

     Espera, sobretudo, ser novamente admirado, querido, amado e que sua estrela volte a brilhar no seio de sua família que tanto ama.

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