BOCAGE- BIOGRAFIA
CONTINUAÇÃO - PARTE 2.
De início, Bocage apresenta uma assiduidade e um comportamento regulares, apesar da rígida disciplina. Passados dez meses, contudo, abandona os estudos, em favor da frequência assídua do Nicola e do Botequim dos Parras onde,na sala "o Agulheiro dos Sábios", encontra o ambiente propício ao desenvolvimento da sua capacidade de improvisação. Seduzido pelos aplausos e pela vida de boémia, improvisava com eloquência, fascinando indivíduos de diversos estratos sociais, cultos ou náo, admiradores ou adversários. Bocage evadia-se , desta forma, da realidade portuguesa, sem idéias próprias, sem um pensamento coerente.
O seu espírito impetuoso preferiu o triunfo fácil, a lisonja e o convívio desvairado à disciplina de estudante. Assim viveu os primeiros cinco anos que passou em Lisboa. E, se nem sempre o auditório era criterioso, também era constituído por pessoas de renome social e literário, incluíndo mesmo alguns dos poetas mais lidos na altura, como Nuno Álvares Pereira Pato Moniz, André da Ponte de Quental, Francisco Joaquim Bingre, entre outros. Náo esquecamos também que Filinto Elísio e Alcipe liam Bocage com gosto.
O temperamento sensual e apaixonado do poeta levou-o a procurar no amor o equilíbrio interior. Por isso é que se terá relacionado com tantas mulheres, como é possível ver nas suas primeiras poesias. Sáo frequentes as referências a Marília, Tirsália, Elvira, Fílis, Anarda e Jónia.
Continua: ( Parte 3)
LEINECY PEREIRA DORNELES- Poetisa e Ativista Cultural do Rio Grande/RS
Do Livro: BOCAGE - Obra Poética
por Caros Nogueira |