Bebidas R*
Que maravilhoso, Dr. Adriano! É também por isso que o senhor está inteiro e lúcido transmitindo conhecimento e sabedoria a todos. Parabéns! Com muito orgulho, tenho procedimento semelhante.
Logo cedo, talvez na adolescência, decidi só fazer o que tivesse coragem e com total consciência. Fui jovem, namorei, brinquei carnavais, diverti, à medida do possível, como todo garoto na flor da idade; nunca, porém, senti necessidade de usar nada que não fosse o meu estado normal. Graças a Deus, jamais me arrependi.
Para o senhor sentir o tamanho da minha audácia, lutei até conseguir audiência com o Presidente da República na época (em 1959), presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Podia até ter-lhe feito um pedido. Eu tinha 14 anos e sonhos variados. Ele perguntou-me:
-- Você trabalha, além dos estudos?
Sim, disse-lhe eu.
-- Está, tudo bem lá?
Graças a Deus está! Vim aqui só para lhe dizer pessoalmente que o admiro muito.
Não me arrependo. Faria tudo de novo, do mesmo modo.
Para aquele encontro grandioso, apenas vesti o terno, impecável, de um filho de colega de meu papai. Não tomei nem café. Fui como se visitasse qualquer autoridade. Sem dúvida, com muita alegria, mas sem esnobismo. No retorno, somente água.
No livro "Saudade", que o senhor me honrou com seu prefácio e que em breve estará em suas mãos, relato, na crônica "Retrospecto", parte de minha trajetória.
Com a estima e o abraço do
Benedito
* Brasília, DF, 18/12/2007.
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