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Poesias-->Uma Carícia Inesperada -- 20/01/2002 - 22:10 (Fernanda Guimarães) |
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Uma Carícia Inesperada
Como me queixar da sorte,
Ainda que o vento de agora
Tenha tentado desalinhar
Pétalas do caminho florescidas?
Como protestar pela noite insone,
Quando as pálpebras do sonho
Queriam o sossego da escuridão,
Mesmo que a chamem de treva?
Como resignar-me pelo encontro adiado,
Quando os braços já pulsavam saudades,
Se de esquinas, a vida sempre é feita?
Como não acariciar a tua palavra
Que teima em respirar ardores,
Ainda que as mãos da inspiração
Ensaiem esquecimentos, amnésias
Ocultando os suspiros do poema?
Como não permitir que o tato
Beije a sensação que se derrama,
Despindo-te meus rastros
Feito conspiração de estrelas?
Como resistir a voz do silêncio
Que me conduz em mansuetude
Ao movimento do teu coração,
Que diz do pulsar do meu?
Como não denunciar a alegria
Que abraça todos os meus sorrisos
Por me saber vivendo em teus olhos?
© Nandinha Guimarães
Em 20.01.02
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