Recurso ao Mestre Rubenio
( por Domingos Oliveira Medeiros )
(Data: 26 de agosto de 2002)
Prezado Mestre Rubenio
Tenho-te muito na conta
És poeta de primeira
É grande a tua monta
Por ti devoto respeito
É uma questão de direito
Seu verso é rima de ponta
Já tens o reconhecimento
E não sou eu quem o diz
Os fatos assim justificam
Alegram teu aprendiz
Que fica bem à vontade
Expondo sua verdade
À apreciação do juiz
Em defesa de minha tese
Data vênia , com respeito
Registro preliminarmente
Que entendi tudo direito
Tanto a prosa altaneira
Como toda a brincadeira
A que estive sujeito
Portanto inexiste da parte
De quem se diz o culpado
Qualquer desvio de enredo
A não ser por outro lado
Pois alusão ao confronto
E mesmo ao desencontro
Nada ficou comprovado
Nem mesmo quanto à minuta
Que se diz não minutada
O reclamado demonstra
Que a mesma foi colocada
Na mesa prá discussão
Pedindo até sugestãò
A minuta foi registrada
Registrada toda em verso
À mesa com Daniel
Sem querer ser insistente
Basta olhar no cordel
Pois a minuta apresentei
Depois que tanto consultei
A tudo que é menestrel
Por fim ainda reitero
Minha modesta opinião
Deixei aqui meu recado
Na mesa da reunião
Com espírito bem aberto
Achando que estava certo
De receber a moção
A moção de confiança
Sobre um fato verdadeiro
De uma gozação bem antiga
Que me fez um companheiro
Que não gosta de minuta
Que não aceita e reluta
Ser contra foi pioneiro
Por ele fui nomeado
O síndico desta Usina
E também a professora
Que falou lá na esquina
Que em toda minha frase
Faltava sempre uma crase
E a coisa nunca se finda
Por isso meu mestre e amigo
Estou te pedindo agora
A revisão da sentença
Espero que sem demora
Minha intenção foi sincera
Condenação não se espera
Pois a verdade aflora
Não vejo nada de grave
Nem causa prá que a minuta
Dê margem a tanto barulho
Não vi na minha conduta
Semelhança com Teseu
Nem quem por ele faleceu
Nunca tratei de disputa
Talvez a falha aconteça
Por eu ter escolhido
A hora e o lugar errado
Prá falar do acontecido
Mas com ar de brincadeira
Essa foi a minha maneira
Não fui nada atrevido
Aproveitei o momento
De grande descontração
Que julguei mais oportuno
E a melhor ocasião
De demonstrar aos amigos
E aos pretensos inimigos
Que não guardo raiva não
Por isso eu vi no cordel
A mesa com conotação
De abrir espaço ao diálogo
Com amor e muita paixão
Com humor e muita alegria
Pois ela sugere euforia
E atenderia a questão
Ainda que a pendência
Fosse em forma de projeto
De minuta ou de esboço
Tentando fazer o certo
Atender a quem reclama
Quando se luta se inflama
E ainda assim é incerto
Mas se o Mestre e amigo
Não acolher a petição
Achando que errei de Fórum
E que não tenho razão
É pacífico o entendimento
Tem-se que dar cumprimento
E só me resta o perdão