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Cartas-->MANUAL DO APRENDIZ DE USINEIRO -- 21/02/2002 - 16:56 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Este pequeno manual nasceu da necessidade de criar normas de conduta não obrigatória para quem deseja ter muito sucesso em qualquer página eletrônica que se dispõe a trabalhar com idéias e com o coletivo, de modo geral. Mas convém botar as barbas de molho. Gente costuma ser muito complicado.

O manual é, portanto, referencial de conduta, de caráter eminentemente facultativo. Aliás, não se trata de um manual, propriamente dito, mas de um conjunto de “dicas” para obter sucesso rápido, no tempo certo, ou até mesmo o insucesso, que, por incrível que pareça, tem sido procurado por muita gente que se esforça, sem saber, para alcançá-lo. E outros, nem precisam de tanto esforço. O talento é-lhe inato.

Ao cadastrar-se no Usina, seria interessante que, em primeiro lugar, a pessoa se inteirasse dos objetivos da página; do seu conteúdo, dos serviços que ela oferece e como está sendo conduzido o processo de operacionalização. Ou seja, que é permitido, o que não seria aceitável e o que poderá vir a ser mudado, enfim.

Num segundo momento, a pessoa deve se voltar para dentro de si mesma, e indagar a respeito dos seus objetivos, a fim de verificar se eles guardam alguma correlação com os objetivos da página.

Depois, bastaria que a pessoa seguisse o bom senso, e observasse algumas regras básicas de convivência em grupo: não abrir mão de um pouco de educação, suficiente para não destratar os colegas, evitando o pior, isto é, partindo do pressuposto de que, protegido sob o manto do relativo anonimato, passariam despercebidos todos os seus defeitos. Mas, como o bom senso, quase sempre, não é maioria, ou melhor, parece que cada pessoa tem o seu próprio, o que já seria uma grande insensatez, melhor será observar algumas “dicas” e tirar delas as suas próprias conclusões.

Se a sua pretensão é chegar ao máximo de produção literária, ou seja, ao topo dos “Autores por Produção Literária”, e ao máximo dos “Autores mais Lidos”, conforme consta do Placar, isto é, a parte do levantamento estatísticos que é realizado, periodicamente, sobre a quantidade e a aceitação dos textos elaborados, basta observar alguns passos, alguns conselhos e algumas dicas.

Escrever bastante, sobre temas variados ou não, produzindo textos com qualidade, em princípio, seria a maneira mais prática e sensata de unir o útil ao agradável. Chegar ao topo da produção literária, sem deixar cair a qualidade dos textos. Deste modo, você jamais terá o desconforto ou a decepção de chegar ao topo da produção, e, no entanto, não constar, com a mesma magnitude, da relação dos “autores mais lidos”.

Ou então, outro caminho seria deixar de lado a intenção de chegar ao topo da quantidade de textos produzidos, e escrever ainda que um único texto, desde que de excelente qualidade, você já poderia estar enquadrado nos objetivos do Usina de Letras.



Mas, insistindo no objetivo de alcançar o topo da produção literária, sem qualquer preocupação com a qualidade dos textos, a orientação continua no sentido de que você, alem de escrever muito, todos os dias, precisa observar alguns passos, para evitar os males da rotina enfadonha:

1. Procurar ampliar o raio de suas amizades e inimizades, a fim de que consiga maior elasticidade no processo de comunicação e, desse modo, poderá escrever muito mais, sem ter que entediar-se com seus escritos.
2. Para conseguir inimigos, basta reclamar de algum procedimento por parte de alguém que, segundo a sua ótica, esteja cometendo flagrante desrespeito em relação às regras estabelecidas pelo Usina de Letras. Ainda que tudo isso não passe de mentirinha.
3. Na escolha do inimigo, cuidado para não eleger alguém que exerça algum tipo de liderança, segundo seu entendimento, nem que seja no âmbito de um pequeno grupo de usineiros, a fim de evitar maiores aborrecimentos.
4. Evite polemizar com os usineiros mais antigos, por razões óbvias. Você acabará angariando antipatia gratuita.
5. a escolha do inimigo deverá recair, preferencialmente, em quem não costuma levar desaforos para casa, use bastante palavrões em sua fala, independente do constrangimento de que isso possa causar às senhoras e às crianças que freqüentam a página.
6. Uma vez escolhido o provável inimigo, parta para a luta. Provoque-o bastante. Dê a entender que você é um grande escritor e que ele, por isso mesmo, deverá dobrar-se aos seus caprichos, alimentando uma longa discussão que lhe renderá bons textos, no sentido da quantidade, claro.
7. Se o inimigo escolhido não for tão burro como você imaginava, respeite o seu silêncio e parta para outra iniciativa. Utilize todos os endereços, todas as categorias literárias. Seja dinâmico e inoportuno. O importante é não parar de escrever. Mesmo que escrever não seja importante para você.
8. Cuidado com as críticas que fizer, pois você, sem querer, poderá estar criticando alguém de suas relações próximas ou, até mesmo, grandes escritores que estão cometendo os mesmos procedimentos, identificados, em sua crítica, como erros de algum idiota, ou coisa parecida.
9. Sempre que possível, publicar o seu texto aos poucos, pois assim ele renderá muito mais e você caminhará a passos largos no rumo dos seus sonhos: atingir, no menor espaço de tempo possível, o topo da quantidade de textos produzidos, tal qual um alpinista em relação ao cume da montanha. Nem que seja para quando lá chegar possa você desfraldar a sua bandeira, contemplar toda a beleza da natureza em sua volta, olhar para os céus e para a linha do horizonte e, finalmente, compreender o quanto nós, seres humanos, somos pequenos e insignificantes.
10. A seguir, uma relação de “erros aparentes”, que você, com cuidado, poderá investir suas críticas, lembrando apenas que, realmente, não se tratam de erros, propriamente ditos, mas procedimentos que têm sido aceitos pelo grupo como normais, até que um dia possam vir a sofrer alterações. Alguns até que são compreensíveis. Outros, nem tanto. Mas todos se prestam, atualmente, como objeto de críticas endereçada a alguém que você, por qualquer motivo, deseje estabelecer polêmica. São eles: publicar textos de natureza literária diferente daquela para a qual o endereço foi criado. Exemplo: poemas em artigos; usar o endereço certo, porém publicando muitos textos de uma só vez; publicar um mesmo texto em vários endereços, sem que haja qualquer correlação entre texto e endereços;
11. Finalmente, alguns perfis de usineiros que você terá que aprender a lidar: Aquele que escreve bem, sobre qualquer tema. Aquele que escreve bem, sobre tema único. Aquele que escreve mal, sobre qualquer tema. Aquele que escreve mal, sobre tema único. Aquele que escreve mal, mas tem boas idéias. Aqueles que não escrevem. Aqueles que não têm idéias. Aqueles que escrevem muito. Aqueles que escrevem pouco. Aqueles que escrevem e nada dizem. Aqueles que dizem que escrevem, e só ele acredita. Aqueles que são mais pichadores do que escritores. Os comunicativos. Os silenciosos. Os simples e os humildes. Os nada humildes. Os educados. Os deseducados. Enfim, há de tudo nesta Usina, inclusive quem, como você, deseja chegar ao cume da montanha, mesmo sabendo da inutilidade dessa espécie de alpinismo literário às avessas.

Domingos Oliveira Medeiros
21 de fevereiro de 2002

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