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Poesias-->ROSTO DE NINGUÉM -- 20/01/2002 - 21:38 (carlos roberto gutierrez) |
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E peço que venhas
o mais breve possível
do jeito que se encontras
arrumadinha
ou bagunçada
do mesmo pó
da mesma estrada
Rosto de ninguém
que vem na minha lembrança
és minha única esperança
meu último alento
E peço que venhas
da fúria de um vento impossível
da forma mais imprevisível
nua
ou vestida
coberta da cabeça aos pés
Rosto de ninguém
será que lembrarás
de um rosto fugaz?
Rosto de ninguém
conserva a maciez da cútis
que o tempo não desfez
Pele de pessego
sem rugas sem insensatez
Olhos fulgurantes
de quem não necessita de fugas prá ser
Rosto de ninguém
mira-se no espelho do além
e certifica-se da tua eternidade
E peço que venhas
venhas na minha brevidade.
Carlos Roberto Gutierrez |
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