você me toma a noite em canções de um doce
medo de perda, de um envolver em laços
que não se definem, porque inefáveis,
não se fazem reais, não se materializam
em verdade e pena
são laços de amor, ancestral e impossível
porque essa humanidade que te toma
é a mesma que me assola e que te assombra
não somos nós mais que restos de lembranças
da fogueira antiga, esvaída no tempo
que devora o homem
ambos na roda
quais velhos meninos
buscando folguedos
buscando sorrisos - mortos sorrisos
na roda do tempo
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