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Cartas-->Digníssimo Filho da Puta -- 23/09/2013 - 12:43 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

DIGNÍSSIMO FILHO DA PUTA

 

   Repassando tal como recebido. Uma carapuça para a cabeça de quem couber...

    ATÉ QUE ENFIM ALGUÉM EXPRESSOU, COM TOTAL PROPRIEDADE, O NOJO  E A INDIGNAÇÃO QUE OS HOMENS DE BEM DESSE PAÍS SENTEM, AO CONTRÁRIO DA FESTA QUE DEVEM ESTAR FAZENDO AQUELES QUE PERDERAM A HONRA, A MORAL E A ÉTICA.

     O AUTOR NÃO NOMEIA O DESTINATÁRIO, MAS PRECISA?

 

  DIGNÍSSIMO FILHO DA PUTA

 Sergio Sayeg

 

 

 

Pelo presente instrumento, venho dirigir-me a vossa excelência. Com minúsculas e na segunda pessoa, pessoa de segunda que és, mauricinho de nariz empertigado. Tu, que te ocultas, sorrateiro, por trás dessa impecável e pretíssima toga de bosta.

 

 

 

Tu que recebes aprumado a reverência do país de joelhos à espera de tuas soberanas e irretocáveis decisões peremptórias.

 

 

 

Tu que estás imbuído da divina prerrogativa, intransferível e vitalícia, de julgar e decidir o destino dos homens que habitam o mun­do dos vivos, já que o dos mortos foge à tua jurisprudência, instância suprema à do teu supre­mo.

 

 

 

Embora nutras anseios em manter paridade e equiparação divina com Aquele que exerce tal competência. Tu, cordeiro em pele d’urso, que reclamas indignamente indignado por direitos inalienáveis e vives na intimidade inescrutável da tua vida pri­vada de tramoias inconfessáveis. Tu mesmo, nobre calhorda, que de tanto exercer o ofício de julgar os outros, julgas-te acima dos outros.

 

 

 

Venho oficiar-te, honorável patife, que há mais retidão e honra na palavra espontânea e honesta que brota do coração de um humilde iletrado do que no alfarrábio que sustém tuas áridas, infindáveis, mirabolantes e ordinárias sentenças. As mesmas que revestes, impávido, em capa dura, fazendo-as constar com letras doura­das dos anais que ostentas nas prateleiras intermináveis onde expões tua soberba grandiloquência farisaica e tua rocambo­lesca sapiência estéril.

 

 

 

Amealhas com vileza recursos tomados do povo injustiçado para manter intacto esse intrincado e indecifrável sistema, tão inócuo quanto iníquo, que qualificas cinicamente de Justiça, a fim de cobrir com aura de magnificência e infalibilidade essa espeta­culosa e suntuosa pantomima patética e embusteira a fim de deixar boquiabertas as legiões dos sem-justiça desse país, mantendo­-os sob o jugo do teu julgar.

 

 

 

Cultivaste esse interminável cipoal de leis, decretos, normas, códigos, tratados, regimentos, resoluções, regula­mentações, pareceres, dispositivos, medidas provisórias e embargos infringentes, para reservares a ti próprio o monopólio do conhecimento e das práticas a ti outorgadas (adivinha!) “por lei”, afastando o povaréu “abestado” de teu demarcado territó­rio. Para que, na mesma medida em que amplias a doutrina do direito, reduzas o primado da justiça.

 

 

 

Sai da tocaia, egrégio velhaco. Desce desse palácio de letras, capítulos, parágrafos, alíneas, incisos, caputs e cláusulas em que te enclausuras. Cumpre salientar, excelentíssimo pústula, que as ruas, caso não observes do palácio que construíste, sem decurso de prazo, para te isolares da re­alidade de fato e de direito, estão repletas de malfeitores que pomposamente livrastes das masmorras. Não por um senti­mento benevolente de perdão ou por uma crença abnegada no poder de recuperação humana mas por um displicente pragmatismo jurídico.

 

 

 

Delinquentes de toda a es­pécie a quem remistes da pena, hoje libertos de punição, em uníssono, zombam, sob tua retumbante indiferença, dos tolos que se pautam em princípios e honradez. 

 

 

 

Sob o manto do teu garganteado “estado de direito”, ca­nalhas, corruptos, patifes, ladrões de todas as espécies ascenderam aos postos de direção com a tua serena condescendência. Mais: com a tua cruel cumplicidade. São estes que tratas com a mais alta leniência, amparando-os com a força irrefutável da lei, draconiana indulgência e into­lerância zero. Cobrindo a impunidade com o manto legalista da imu­nidade.

 

 

 

Todo teu empenho é de não punir. Inocentes ou culpa­dos, pouco importa. “In dubio pro reo”, desde que teus honorá­rios sejam quitados “in specie” com correção, exatidão, integri­dade e... justiça.

 

 

 

E assim, por todos os pretextos, vais libertan­do das grades todos os poderosos tubarões, reservando os horrores dos calabouços aos despossuídos que não participam do pecúlio que sustenta a devassidão moral que apadrinhas, consagrando esse país como o paraíso da impunidade.

 

 

 

Os princípios de retidão e civilidade estão dentro de nós (e fora de ti). Num mundo de justos, tua justiça não se ajusta.

 

 

 

E aí, bonitão? Vais me encarar? Vais engrossar? Pra cima de moi, doutorzinho? Não gostaste? Indicia-me por desacato, perjúrio, injúria, o cacete. Apresenta queixa-crime por difa­mação, filho da mãe. Colocas-me na prisão. Faz um arresto dos meus bens. Pois não vou ficar calado ante tua sacripanta e rocambolesca farsa.

 

 

 

Data vênia, vai pra p (*) que te pariu.

 

Não se acomode. Precisamos acabar com a "República da farra, da farsa, do cinismo e do deboche”, em que se transformou o nosso querido Brasil.

 

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