À Mesa com Daniel
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Cheguei um pouco atrasado
Mas não faltei ao encontro
Na mesa do Daniel
Já trouxe o esboço pronto
Da minuta tão falada
Que tanto foi difamada
Um verdadeiro confronto
De início desejo falar
Do meu agradecimento
Pela lembrança do Mestre
Em conceder-me assento
Nesta mesa de menestrel
De gente que faz o cordel
A coqueluche do momento
Depois é preciso dizer
Que a mesa do Daniel
Veio na hora exata
E em forma de Cordel
Seja redonda ou quadrada
Ela é bem metrificada
Em versos de puro mel
Pois prá falar a verdade
A mesa é adocicada
Ela também representa
A paz que é tanto buscada
Aqui na nossa Usina
Que todo mundo fascina
A paz é sempre esperada
Por isso a mesa é conversa
Tem esta conotação
Simbolizando o diálogo
De dentro do coração
Com humor e alegria
Vai criando a euforia
Prá resolver a questão
A questão do desencontro
Que é sempre de opinião
Mas que dispensa a intriga
De amigo contra irmão
Não pode ser pessoal
Deve ser bem natural
Dizer o sim ou o não
Por isso trago à mesa
Colocando em discussão
O esboço da minuta
Prá pedir a sugestão
Se algo precisa ser feito
Prá melhorar o respeito
Dê a sua opinião
Não se trata de vaidade
Nem de mera presunção
É coisa bem corriqueira
Não tem outra explicação
Se a minuta apresentei
Muita gente consultei
Que me deu a sugestão
De reunir num documento
Toda a reclamação
E provocar o debate
Prá resolver a questão
Assim o trabalho foi feito
Mantendo todo o respeito
De tudo que foi sugestão
Mas a minuta afinal
Não recebeu acolhida
Da parte de alguns amigos
Que aumentou a ferida
Mudando o foco da briga
Passou pro lado da intriga
E aí virou confusão
Por isso na mesa redonda
Criada pelo Daniel
Trago esta nova minuta
Apresentada em cordel
Esclarecendo finalmente
Sem querer ser insistente
Vou registrar no papel
Acho que muita coisa
Aqui precisa mudar
Mas não vou bater na tecla
Por hora eu devo parar
Quem quiser que continue
E do seu jeito atue
Se assim o desejar
Entrego pois o meu cargo
Para o qual fui nomeado
Desejo que o novo síndico
Tenha sucesso dobrado
Peço desculpas aos amigos
E aos pretensos inimigos
Que ficaram magoados
De minha parte no entanto
Não guardo raiva ou rancor
Seja de homem ou mulher
Professora ou tradutor
Não tenho ressentimento
Na vida há sempre um momento
De ser contra ou a favor
Sem precisar usar as armas
Sem promover a desunião
A vida também nos ensina
Que vale mais a amizade
Buscando sempre a verdade
Usando de muita humildade
O resto é pura ilusão
Aceite minhas desculpas
Se acaso alguém magoei
Por destempero da hora
Se muito errado julguei
Não foi minha intenção
Aceite pois meu perdão
O assunto aqui encerrei