Os militares e as manifestações de rua

Recebi de um amigo o comentário a seguir:

"Todo movimento de massa de descontentes na história acabou sendo manipulado por minorias mais organizadas e atuantes e deu no que a gente estuda nos livros de história: revolução francesa, revolução russa, chinesa e cubana. Bolcheviques acabaram com os mencheviques, instituíram um governo provisório - palatável a certas elites: militares, industriais, intelectuais - e depois tomaram todo o poder... a situação é mais grave do que parece, pois a classe média que está nas ruas não tem liderança, organização e recursos. Já outras organizações - mais à esquerda - acumularam isso ao longo de muitos anos, além da experiência em manipular as massas. Devemos lembrar que tudo começou com elementos da esquerda radical e não foi à toa! O silêncio da UNE, do MST e da VIA CAMPESINA pode ser o prenúncio de uma segunda etapa do processo em curso, quando essas organizações entrarem no jogo podem conduzir essa massa para caminhos inquietantes!"

 

Caros amigos!

Os militares não podem fazer ou participar de “manifestações”, mas, a sua opinião tem força e eficácia sobre a opinião pública quando, dentro dos limites da lei e das prerrogativas democráticas, representa a posição das Instituições a que pertencem.

A confiança e o prestígio, conquistados e comprovados em todas as pesquisas de opinião, dão às Forças Armadas um honesto e significativo poder de respeitabilidade que põe em pânico qualquer manipulador da opinião pública.

A "força política" dos militares não está, por conseguinte, no poder das armas, mas no prestígio conquistado pelo irrestrito cumprimento do dever constitucional e, portanto, em defesa da democracia, podem e devem contribuir para a sua boa prática, para o Bem Comum e para a tranquilidade da Nação.

O Brasil está carente de orientação e de bons exemplos, seus líderes estão estigmatizados pela prática da desonestidade, da corrupção, da mentira e da omissão.

As manifestações que pululam pelos mais importantes centros urbanos do país comprovam esta carência e o texto que abre esta mensagem alerta para o perigo que representam.

Torna-se, portanto, importante para a Nação receber, com oportunidade, a mensagem firme, ponderada e embasada daqueles a quem ela confia o último de seus recursos.

A certeza de que as Forças Armadas acompanham de perto o desenrolar dos acontecimentos tranquilizará os que temem a subversão da ordem e a perda de controle do Estado sobre a ordem pública; caracterizará o respeito dos soldados ao direito de manifestação dos que o fazem de forma ordeira e pacífica; alertará os baderneiros - com e sem causa – para a inexistência de limites ou tolerância para a aplicação das leis que coíbem a depredação da coisa pública e privada; e, finalmente, deixará claro aos oportunistas que, aconteça o que acontecer, a democracia é um bem inalienável dos brasileiros, a ser defendido até com “o último de seus recursos”.

É importante que a Nação ouça a voz daqueles em quem realmente confia e esta só será ouvida quando vier da garganta e da vontade de seus Comandantes!

"Para tudo há um limite, não se pode deixar a democracia matar a própria democracia"

Gen Bda Paulo Chagas