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Artigos-->Mulher, Musa & Poeta! -- 30/01/2004 - 07:29 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mulher, Musa & Poeta!



R.Silveira



Minha paixão pelas mulheres está situada num nível muito “Além do Princípio do Prazer”. Amo a todas: jovens, maduras, idosas, brancas, pretas amarelas, altas e baixas. Ricas e, sobretudo, pobres. Bonitas, feias ou remediadas. Vinícius que me perdoe, mas MULHER é essencial! Como vêem, sou um feminista de "carteirinha", como é de uso se dizer hoje em dia. Penso assim muito antes desse movimento se tornar um modismo. Se motivos oriundos de razões pessoais não fossem suficientes, minha convicção a esse respeito ficaria respaldada apenas nestes fatos: nunca se ouviu falar de uma única mulher “Brucutu”, Gêngis Kahn, Herodes, Nero Ivan, o terrível, Henrique VIII, Robespierre, Napoleão, Stalin, Hitler, Mussolini, Pol Pott, Idi Amin Dada, Kohmeini, Sadam Hussein, Anastacio Somoza, Papa Doc, Galltieri, Carlos, o chacal, Ströesner, Pinochet, Osama Bin Laden, George W. Bush e melhor-parar-por-aqui-pois-não-vejo-luz-no-fim-do-túnel. “As mulheres – escreveu Honoré de Balzac - são como estufas com cobertura de mármore". Com efeito, sua dissimulada frieza externa, jamais reflete o calor acumulado no âmago de suas almas. Não há como falar em leviandade; é de sua índole passar da paixão mais arrebatadora para o gelo da indiferença, da noite para o dia. Suas razões, tais quais aquelas do coração, a própria razão desconhece. Seus sentimentos afetivos variam ao sabor de seus interesses imediatos, menos como se costuma atribuir, devido a um comportamento volúvel, do que por um misterioso instinto de defesa. Como se a natureza as quisesse compensar - através de um mecanismo "homeostático” de sobrevivência -, pela violência sofrida por parte dos homens, ao longo dos séculos. Teria de ser assim, ou a espécie humana sucumbiria, visto serem elas a fonte reprodutora primordial. É, por assim dizer, a única defesa disponível, para resistirem a tantas e duradouras agressões. Mulheres violentas simplesmente inexistem! Elas são a meiguice materializada; a ternura tangível.

Bem, isto é o que penso a respeito das mulheres comuns; daquelas com quem convivo seja social ou profissionalmente. Agora imaginem uma delas escrevendo uma jóia igual a esta:



“Aqui é um agora no espaço,

onde tudo é,

já não mais,

ponto três da reticência...

Um pouco aquém do desejo

rendição da resistência

ao convite de um beijo.

Reta feita em compasso

consumição de jamais,

que em depois não se encerra.



Em pleno desabrochar

o contrário do senão

bromélia nova da serra.

O quatro da opinião,

rápido jorro de essência

sim na entranha do não...

Advérbio de tempo e lugar

a língua no ponto G

no instante de gozar.

Relâmpago de beleza

no infinito de amar,

fração de fração da certeza...”



Até parece "canção de ninar gente grande" entoada por um anjo. Mostrei, propositadamente, estes versos, sem indicação de autoria, a várias pessoas. Nenhuma ficou indiferente! A expressão emocional mais contida veio de outra poeta: “lindo, lindo, lindo”. Acho que todos já sabem – ou desconfiam – de quem se trata. Sim, ela mesma. Uma mineira linda de Teófilo Otoni! Doutora em Psicologia, que a burrice neoliberal seqüestrou da Universidade Federal do Paraná. Assim, os seus alunos perderam uma eminente mestra, mas a poesia em língua portuguesa ganhou uma sílfide imortal. Seu nome, Elane Tomich.

Poesia para mim é vida; significa que em qualquer lugar deste desumano mundo, existem romance e coração dorido. Significa que as pessoas que escrevem poesias possuem sensibilidade e são capazes de compartilhar suas emoções. Sendo capazes de escrever, revelam seus sentimentos a fim de compartilhá-los com todas as pessoas que lêem os seus versos e com isto oferecem um maravilhoso presente, sobretudo se os versos são de boa qualidade. A habilidade de se expressar através de palavras leva, muitas vezes, as pessoas a produzir grandes feitos. A poesia oferece, tanto a quem a escreve quanto a quem a lê, uma idéia de como o mundo é, de fato, e um modelo de como ele deveria ser. Eu próprio nunca fui – e creio que jamais serei – capaz de criar um único verso digno deste nome, conquanto tenha amado a poesia desde que senti as primeiras manifestações da consciência. E quando leio um poema que me emociona, com ele me identifico; sentindo-o como se eu mesmo o tivesse criado num mundo que, certamente, não é este. Poesia, para mim, não é um texto impresso, os caracteres que surgem na tela de um computador e nem a bela voz de quem eventualmente a declama. Poesia é um lugar, um mundo onde qualquer pessoa possa sentir como se fora o seu próprio mundo privado. Um espaço onde cada ser humano possa experimentar e sentir a sua própria vida.

Sinto que estou a falar o “óbvio ululante”, pois os milhares de poemas de Elane falam por eles mesmos; não precisam de ninguém para os anunciar. Mas é, simplesmente impossível ficar calado diante de uma obra prima igual a este “Dedilhado”:



"O som deste seu piano,

foge às leis de qualquer forma,

apelo profundo e plano,

suavidade sem normas.

Parece murmúrio d águas

lavando das pedras, mágoas

que, o rio em corredeira,

chora numa cachoeira.

Este som que tem perfume,

luz com asas, vaga-lume.

Minha palavra ficou pobre,

diante do seu dizer tão mais nobre

Derramando em melodia,

teclas brancas, teclas pretas

mãos regendo magia,

mãos aladas, borboletas.

Cheira a vinho requintado,

a sussurros refinados,

sopros de vida na flor,

beijos de beija-flor!

Beleza suficiente,

beleza imprecisa, presente,

movimento transparente

tanta cor, que é branco ausente!

De apenas ser.....sem enredo,

de muito ter sem ter medo,

pois é só seu o segredo,

deste seu sério brinquedo.”



Continue a escrever lindas poesias, minha poeta linda. Os corações sensíveis dos seus contemporâneos e os das gerações que os sucederem nos próximos MIL anos lhe agradecem!





























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