Dedicado aos meu amigos
Rui Joaquim Ramos Maia e
António Azevedo Maia
MAIAS DE MINDELO
Uma Maia, meu amigo,
Tem por base a florzinha
De amarelo em pé antigo
Que se não sabe... Adivinha.
Por causa do inimigo
A quem chamam carrapato
Bicho mau e muito ingrato
Incarnado pelo diabo
É costume contra o perigo
Com delicado cuidado
Pôr as maias ao postigo
Quando entra o mês de Maio
E por isso é bom ensaio
Uma Maia, meu amigo.
Também ouço mas não digo
Que a Maia dá um remédio
Que nos livra do assédio
Do joio que mata o trigo
E nesta ideia prossigo
Que a propalada mezinha
Além de falsa e mesquinha
É mais uma artimanha
Da cobra que pra dar banha
Tem por base a florzinha.
Como é amarelinha
E se prende à haste verde
Nunca da vista se perde
O esplendor primaveril
Da cor que nos acarinha
Logo que desponta Abril
Benfazejo e amigo
Anunciando à vida
A paisagem florida
De amarelo em pé antigo.
Ainda trago comigo
A grada recordação
Dos tempos da reinação
Quando ia pra Mindelo,
Terra de minha eleição
E que amo com desvelo
Como também fosse minha
Entre maias de paixão
Aonde herdei a razão
Que se não sabe... Adivinha!