A LADRA.
Ana Zélia
Um dia perdida, após longa luta, a ladra convence o gênio a segui-la
Rolando na cama, sem véu, despida...
O gênio de boca fechada, nada fazia...
A ladra mexia, mexia, mexia.
Mulher vivida, falida! Perdida na vida.
Devagar insinua um pediatra quem sabe e com voz suave dia ao gênio:
Abra a boca. Diga “A”. Repita comigo, insistiu.
A MULHER PERDE O FEITIÇO, OS ARGUMENTOS DA CONQUISTA,
É MELHOR PASSAR A OUTRA O CARGO PERDIDO...
NUNCA MENOSPREZE UMA MULHER, PORQUE OVELHA FERIDA,
TRANSFORMA-SE EM TIGRE, FERA, QUE NÃO PERDOA UMA BRIGA...
Diga “A”. Ele tentou balbuciar.
Rápido como um raio, a ladra cola seus lábios no dele,
rouba-lhe o beijo mais demorado de sua vida.
O gênio sufocado estremece, pede ar.
Desconhecia que ela sabia fazer boca a boca e como o afogado ainda com vida
ela passa a ele todo o ar que precisava, carecia...
O gênio se foi e a ladra curte calada o beijo roubado .
É o amor que não mede consequências, saídas.
VIVA O AMOR, VIVA A VIDA!
Mesmo negado o toque do corpo a faz esquecer que é ladra
e vibra contente porque é MULHER1
É A VIDA!
Manaus, 20.11.1993
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Nota da autora- Sou eminentemente romântica, fiz do amor minha arte,
minha vida, mesmo rejeitada às vezes. Vivi. Manaus, 01 deabril de 2013.
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